Fernando Augusto Almeida Neves

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quinta-feira, 3 de outubro de 2013

A luta entre os smartphones está longe do final

A evolução dos telefones celulares destronou gigantes e deu uma nova chance a empresas esquecidas — prova de que os ciclos tecnológicos estão cada vez mais rápidos

São Paulo - A trajetória das fabricantes de smart­phones na última década mostra por que o mercado de telefonia móvel é apontado por analistas como o mais dinâmico do setor de tecnologia. O caso mais conhecido é da finlandesa Nokia, que chegou a ter 50% do mercado em 2007 e hoje luta para manter um décimo dessa participação.

O pecado da Nokia foi a soberba. Uma vez no topo, a fabricante não soube reconhecer que as inovações trazidas pelo iPhone, como a tela sensível ao toque e a loja de aplicativos, transformariam o mercado. De um mal parecido sofreu a canadense RIM.

A fabricante do BlackBerry chegou a responder por seis em cada dez smartphones vendidos nos Estados Unidos em 2008, mas foi atropelada por Apple e Samsung, as duas empresas que entenderam que o design era um fator tão importante quanto o desempenho tecnológico. Essa dinâmica destrutiva do mercado de telefonia também abriu caminho para novos entrantes.
Um dos exemplos mais notórios é o Google, que em 2008 lançou o sistema Android, hoje presente em 75% dos aparelhos mais sofisticados. No movimento mais recente do setor, empresas tidas como fora da briga estão voltando. É o caso da coreana LG, que já teve uma posição confortável, cometeu erros, foi punida e agora esboça uma reação.

O que impressiona na trajetória recente da LG é a velocidade com que os ventos mudaram — tudo ocorreu em cinco anos. A coreana chegou a ter 10% das vendas globais de telefones em 2009, atrás apenas de Nokia e Samsung, mas caiu para a quinta colocação em 2012, com 3,3%.

O tombo foi causado por uma sucessão de erros cometidos no fim da última década, como insistir na produção de aparelhos simples enquanto os smartphones já despontavam. Para se recuperar, valeu até abandonar outro mercado promissor, o de tablets. “A LG colocou os esforços para a produção de tablets em segundo plano. A prioridade são os smartphones”, disse o coreano Ken Hong, porta-voz da LG, em junho do ano passado.

O primeiro passo foi dado em 2011, quando a LG priorizou o desenvolvimento de aparelhos com tecnologia 4G, uma geração à frente dos aparelhos mais sofisticados daquela época. Quando as redes 4G passaram a ser implantadas em larga escala nos Estados Unidos, na Europa e no Japão, no ano passado, a empresa estava bem posicionada — tinha telefones tão sofisticados quanto os de Apple e Samsung.

Outro passo importante foi a aliança com o Google, selada no fim do ano passado, para fabricar o Nexus — aparelho então produzido pela Samsung. Precisando de um cartão de visita, a LG aceitou reduzir as margens e cumprir as exigências técnicas do Google para ganhar a briga.

http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/1045/noticias/uma-luta-longe-do-final?utm_source=newsletter&utm_medium=e-mail&utm_campaign=news-diaria.html

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