Mesmo com queda de 16,5% nos ganhos, Petrobras lidera ranking dos maiores lucros das companhias com capital aberto no país, segundo a Economatica.
A Petrobras foi a companhia que apresentou o maior lucro no primeiro trimestre do ano, segundo ranking da Economatica, elaborado por Einar Rivero.
Embora a estatal tenha somado ganhos de 7,6 bilhões de reais no período, o montante é 16,5% menor na comparação com o lucro apresentado no mesmo período do ano passado.
Veja, a seguir, os 20 maiores lucros das empresas listada em bolsa, segundo a Economatica:
Petrobras
Lucro 1º trimestre 2013: R$ 7,6 bilhõesLucro 1º trimestre 2012: R$ 9,2 bilhões
Variação:-16,5%
Setor: Petróleo e Gás
Vale
Lucro 1º trimestre 2013: R$ 6,2 bilhões
Lucro 1º trimestre 2012: R$ 6,7 bilhões
Variação: -7,7%
Setor: Mineração
Lucro 1º trimestre 2012: R$ 6,7 bilhões
Variação: -7,7%
Setor: Mineração
Itaú Unibanco
Lucro 1º trimestre 2013: R$ 3,48 bilhões
Lucro 1º trimestre 2012: R$ 3,42 bilhões
Variação: 1,6%
Setor: Bancos
Lucro 1º trimestre 2012: R$ 3,42 bilhões
Variação: 1,6%
Setor: Bancos
CONSIDERAÇÕES - Fernando Augusto Almeida
Neves, Hécio Bruno Silva, Luiz Enrique:
ROTINAS INOVADORAS
1.
Contextualização
Inovação vai além de
ciência e tecnologia, que são muitas vezes um dos ingredientes do processo.
Inovação é muito mais do que invenção. Foi Schumpeter, um austríaco com uma
rara biografia, quem assinalou esta ideia (Privada, Verde-amarelo, & Polit,
2003), a qual é muito abordada em narrativas atuais, como verificamos no texto
de Pavitt, objetivo de estudo do trabalho atual.
Inovação usualmente
pode ser classificada quanto a sua intensidade (incremental/radical) e quanto
ao seu grau de novidade (nova apenas para empresa, nova para indústria no país
ou para o segmento que a firma opera, nova no mundo).
O sucesso do esforço
de inovação tecnológica de uma empresa é função da existência não somente de
uma capacitação técnica, mas também de competências organizacionais (no âmbito
interno das firmas) e relacionais (no âmbito das relações entre firmas)
(Coutinho, 1990). Por outro lado, se as rotinas constituem as bases das capacidades
das empresas, à medida que estas enfrentam mercados competitivos e dinâmicos,
parece não mais fazer sentido sustentar a vantagem competitiva por meio de
capacidades, uma vez que elas próprias podem se tornar obsoletas. Dessa forma,
assim como os mercados, as capacidades também devem ser dinâmicas, que são
definidas como habilidades da empresa de interagir, construir e reconfigurar
competências internas para responder a ambientes em constante mudanças.
Portanto, as capacidades das empresas estão relacionadas às suas rotinas.
Alves apud Nelson
e Winter (1982), afirma que ser capaz significa reunir os requisitos
necessários para a execução das rotinas, os quais são: 1) que os indivíduos da
organização sejam dotados dos conhecimentos necessários referente aos
repertórios de ações possíveis; 2) que haja equipamentos e plantas especializados
e habilidade de manuseá-las esteja contida no repertório individual e coletivo;
3) que haja estímulos e entradas que serão utilizados durante os processos.
Cruzando a fronteira
para a ciência, em particular, aumenta a diversidade de parceiros de inovação
das empresas e respectivamente estímulos de inovação que, por sua vez, melhora
a capacidade das empresas de introduzir inovações mais avançada. A necessidade
de inovação na economia contemporânea já é consenso entre todos os atores
envolvidos no processo: empresas, parceiros estratégicos, governo, clientes, fornecedores
e universidades. O comportamento inovador tornou-se um dos principais
diferenciais das economias, com impactos no seu nível de desenvolvimento,
índices de crescimento e dinamicidade.
Destaca-se, assim,
como um dos grandes responsáveis pelos ganhos de competitividade de países e
empresas. Estudos recentes reforçam que a única variável competitiva capaz de
explicar, de modo consistente, o crescimento de uma economia é sua capacidade
de promover a inovação, não apenas tecnológica, mas também de produtos,
processos, modelos de gestão e negócios.
2.
Estudo de Caso: Petrobras
Para um entendimento
prático de capacidade dinâmica, rotinas e inovação, foi selecionada a Petrobras
como estudo de caso levando-se em consideração a referência dessa empresa no
quesito inovação.
Ao longo dos anos, a
Petrobras produziu petróleo em condições inéditas. Recentemente o resultado das
pesquisas conferiu a essa empresa o pioneirismo na exploração e produção com o
pré-sal. Vários são os desafios tecnológicos atuais da empresa para a produção
no pré-sal, recuperação de campos maduros, transporte, novos produtos, maior
eficiência, sempre alinhados com a preocupação ambiental e o crescimento
sustentável.
Inovação e
desenvolvimento tecnológico são a base de todas as atividades da Petrobras.
Para superar os desafios e se preparar para o futuro a empresa, desde os
primeiros anos de sua existência, foca na inovação tecnológica. Esse posicionamento
inovador permite que a Companhia antecipe cenários, diversifique a geração de
energia, melhore os produtos e torne o negócio cada vez mais sustentável.
A Petrobras possui um
conjunto de ações contínuas, internas e externas, que convergem para que o
desenvolvimento tecnológico e a inovação aconteçam. Dentre as principais ações
podem ser citadas as seguintes: 1) a construção do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento
(Cenpes), no Rio de Janeiro, em 1973, onde estão centralizadas as atividades de
Pesquisa & Desenvolvimento, é um dos complexos de pesquisa aplicada mais
importantes do mundo, contando com laboratórios avançados e salas de simulações
e imersão em processos da indústria de energia; 2) desenvolvimento de um novo modelo
de parceria tecnológica com universidades e institutos de pesquisa por meio de redes
colaborativas, o qual inclui a criação de laboratórios de ponta, capacitação de
pesquisadores e desenvolvimento de projetos; 3) para incentivar ideias inovadoras,
foi criado o Prêmio Petrobras de Tecnologia, que oferece premiações e bolsas de
estudo para projetos de alunos de graduação, mestrado ou doutorado de
instituições de ensino brasileiras, com temas tecnológicos ligados a indústria
de energia e preservação ambiental.
Desde sua fundação, a
Petrobras vem usando iniciativas de inovação aberta em vários de seus projetos,
mesmo antes de a tendência ganhar o nome atual. Até a década de 70, conduziu
trabalhos de pesquisa em conjunto com outras empresas, internalizando conhecimentos
sobre tecnologias de refino. Com as descobertas de reservas de petróleo na
Bacia de Campos, nos anos 80, intensificou-se a cooperação com outras companhias
e o desenvolvimento dos primeiros projetos envolvendo outros centros de
pesquisa, especialmente no campo da perfuração de poços em grandes
profundidades.
Na década atual,
foram organizadas as chamadas redes temáticas, conjuntos de universidades que
recebem apoio da Petrobras e desenvolvem pesquisas de interesse da Companhia.
Essas redes geraram projetos como os testes pioneiros de estabilidade de plataformas
e soluções de computação gráfica. Os enormes desafios trazidos pela exploração
de petróleo e gás na camada pré-sal multiplicaram as parcerias.
A inovação na
Petrobras tem como foco a expansão dos limites, a agregação de valor e
diversificação dos produtos e a sustentabilidade da indústria de energia.
Pensar além das possibilidades já mapeadas e criar modelos inovadores foi o que
permitiu a petrolífera superar o grande desafio de chegar ao pré-sal.
Aperfeiçoar a qualidade e o desempenho dos produtos, diversificando o portfólio
são fatores importantes das atividades. A empresa, através da inovação tecnológica,
busca também a sustentabilidade dos negócios, reduzindo os custos operacionais,
gerando produtos cada vez mais eficientes e contribuindo para mitigar os
efeitos das mudanças climáticas.
Com o propósito de
tornar mais explícita essa característica inovadora que a Petrobras possui, é
oportuno destacar que a empresa está entre as cinco companhias de petróleo e gás
do mundo que mais investem em desenvolvimento tecnológico. Entre 2009 e 2011
foram investidos mais de R$ 3 bilhões.
Todas essas ações e
investimentos impulsionam resultados, pois a Petrobras é a empresa que mais
gera patentes no Brasil e no exterior, possuindo 1.326 registros no Brasil e
2.624 no exterior. De acordo com o índice mundial de patentes, a petrolífera
brasileira é a empresa que ocupa a primeira posição na produção de inovações no
mundo. Entre 2001 e 2010 foram 415 registros de patentes inovadoras (a primeira
patente registrada de uma tecnologia).
Portanto, com base no
descritivo de um ambiente empresarial no qual a inovação é tratada como
elemento preponderante para o desenvolvimento do negócio, foi possível observar
alguns fatores que se complementam e caracterizam uma empresa inovadora: estabelecimento
da inovação como estratégia corporativa, existência de uma cultura inovadora
permanente no seio da empresa, investimento financeiro, formação de parcerias
com universidades e fornecedores.
REFERÊNCIAS
ALVES, André
Cherubini. Rotinas, capacidades e inovação na vitivinicultura gaúcha. 2010.
Dissertação Mestrado em Administração - Escola de Administração,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
COUTINHO, Paulo;
MARTINS, José Vítor Bomtempo. A recente evolução das competências para
inovar de uma empresa do setor petroquímico brasileiro: resultados positivos e
limitações. Cadernos EBAPE, v. 3, p. 01 24, 2005.
ORTIZ NETO, José
Benedito; COSTA, Armando João Dalla. A Petrobras e a exploração de petróleo
offshore no Brasil: um approach evolucionário. Revista Brasileira de
Economia, v. 61, n. 1, p. 95-109, 2007.
PAVITT, K. Innovating
Routines in the Business Firm: what matters, what’s staying the same, and what’s
changing? SPRU Electronic Working Papers Series. Brighton, UK: SPRU
2000
PETROBRAS. (2013) - Energia
e Tecnologia. Disponível em: <http://www.petrobras.com.br/pt/energia-e-tecnologia/>.
Acesso em: 08 mai 2013.
INNOVATIVE ROUTINES
1. Context
Innovation goes beyond science and technology, which are often one of
the ingredients of the process. Innovation is more than invention. It was
Schumpeter, an Austrian with a rare biography, who pointed out this idea
(Private, Green-Yellow, & Polit, 2003), which is much discussed in current
accounts, as found in the text of Pavitt study objective of the current work.
Innovation usually can be classified by its intensity (incremental / radical) and as to their degree of novelty (only for new company, new to the country or industry segment for which the firm operates, the new world).
The success of technological innovation effort of a company is a function not only of the existence of a technical, but also organizational skills (in the domestic firms) and relational (in relations between firms) (Coutinho, 1990). On the other hand, if the routines constitute the bases of business capabilities, as these dynamic face competitive markets, no longer appears to make sense to maintain the competitive edge by means of capacity, since they themselves can become obsolete. Thus, as markets, should also be dynamic capabilities that are defined as the company's ability to interact construct and reconfigure internal skills to respond to ever changing environment. Therefore, the firms' capabilities are related to their routines.
Alves cited in Nelson and Winter (1982), states that means being able to gather the requirements for the execution of routines, which are: 1) that individuals in the organization are equipped with the necessary knowledge regarding the repertoires of possible actions; 2) there specialized equipment and plants and ability to handle them is contained in the individual and collective repertoire; 3) there stimuli and inputs to be used during the process.
Across the border in science, in particular, increases the diversity of partners to innovate and innovation respectively stimuli, which in turn improves the ability of companies to introduce more advanced innovations. The need for innovation in the contemporary economy is already consensus among all actors involved in the process: companies, strategic partners, government, customers, suppliers and universities. Innovative behavior has become one of the main advantages of economies, with impacts on their level of development, growth rates and dynamics.
Stands out, as well as largely responsible for the gains in competitiveness of countries and companies. Recent studies emphasize that the only competitive variable able to explain, consistently, the growth of an economy is its ability to foster innovation, not only technological, but also products, processes, management and business models.
2. Case Study: Petrobras
For a practical understanding of dynamic capability, routines and innovation, Petrobras has been selected as a case study taking into account the reference of this company in the category innovation.
Over the years, Petrobras oil produced under conditions unreleased. Recently the results of surveys given to this company pioneering in exploration and production in pre-salt. There are several technological challenges to the company's current production in pre-salt fields ripe for recovery, transport, new products, greater efficiency, always aligned with environmental concerns and sustainable growth.
Innovation and technology development are the basis of all activities of Petrobras. To overcome the challenges and prepare for the future the company, since the early years of its existence, focuses on technological innovation. This innovative positioning allows the Company to anticipate scenarios diversify power generation, improve the products and the business becomes increasingly sustainable.
Petrobras has a set of continuous actions, internal and external, which converge to the technological development and innovation happen. Among the main actions can be mentioned the following: 1) the construction of the Center for Research and Development (Cenpes), in Rio de Janeiro in 1973, where the activities are centralized Research & Development, is one of the most complex applied research important in the world, with advanced laboratories and rooms simulations and immersion processes of the energy industry, 2) development of a new model of technology partnership with universities and research institutions through collaborative networks, which includes the creation of laboratories edge, training of researchers and development projects, and 3) to encourage innovative ideas, created the Petrobras Technology Award, which offers awards and scholarships for projects of undergraduate, master's or doctoral Brazilian educational institutions, with technological issues related to the energy industry and environmental preservation.
Since its founding, Petrobras has been using open innovation initiatives in several of his projects, even before the trend gaining its current name. Until the 70s, led research work together with other companies, internalizing knowledge refining technologies. With the discovery of oil reserves in the Campos Basin, in the 80s, intensified cooperation with other companies and the development of the first projects involving other research centers, especially in the field of drilling at great depths.
In the current decade, the calls were organized thematic networks, sets of universities that receive support from Petrobras research and develop the Company's interest. These networks generated projects like pioneers stability testing platforms and solutions for computer graphics. The enormous challenges posed by oil and gas in pre-salt layer multiplied partnerships.
Innovation in Petrobras focuses on the expansion of the limits, value addition and product diversification and sustainability of the energy industry. Think beyond the possibilities already mapped and create innovative models was allowing oil to overcome the challenge of reaching the pre-salt. Improve the quality and performance of products, diversifying the portfolio are important activities. The company, through technological innovation, it also seeks business sustainability, reducing operational costs, generating ever more efficient products and helping to mitigate the effects of climate change.
In order to make more explicit this innovative feature that Petrobras has, it is worth noting that the company is among the top five oil and gas companies in the world that invest in technological development. Between 2009 and 2011 we invested more than U.S. $ 3 billion.
All these actions and investments drive results because Petrobras is the company that most patents in Brazil and abroad, having 1,326 records in Brazil and 2,624 abroad. According to the World Patent Index, the Brazilian oil company is the company that ranks first in the production of innovations in the world. Between 2001 and 2010 were 415 records of innovative patents (the first patent registered technology).
Therefore, based on the description of a business environment in which innovation is treated as indispensable elements for the development of business, there has been some factors that complement and characterize an innovative company: establishing innovation as a corporate strategy, the existence of a culture innovative permanent within the company, financial investment, partnerships with universities and suppliers.
REFERENCES
ALVES, André Cherubini. Routines, capabilities and innovation in winemaking. 2010. Master Thesis in Business Administration - Management School, Federal University of Rio Grande do Sul.
Coutinho, Paul; MARTINS José Vítor Bomtempo. The recent evolution of skills to innovate in a Brazilian petrochemical company: achievements and limitations. Notebooks EBAPE, v. 3, p. 01 24, 2005.
ORTIZ Neto, José Benedito; COSTA, Armando João Dalla. Petrobras and offshore oil exploration in Brazil: an evolutionary approach. Brazilian Journal of Economics, vol. 61, no. 1, p. 95-109, 2007.
Pavitt, K. Innovating Routines in the Business Firm: what matters, what's staying the same-, and what's changing? SPRU Electronic Working Papers Series. Brighton, UK: SPRU 2000.
PETROBRAS. (2013) - Energy and Technology. Available at: <http://www.petrobras.com.br/pt/energia-e-tecnologia/>. Accessed on: May 8, 2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário