Fernando Augusto Almeida Neves

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sexta-feira, 19 de julho de 2013

FORD MOTOR COMPANY DO BRASIL

SENAI Cimatec: Mestrado Profissional em Gestão e Tecnologia Industrial

Disciplina: Sistemas Produtivos Industriais
Professor: Dr. Francisco Uchoa Passos
Alunos: Fernando Neves e Leila Bastos

FACULDADE DE TECNOLOGIA SENAI CIMATEC

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA
INDUSTRIAL








FERNANDO AUGUSTO ALMEIDA NEVES

LEILA VITA BASTOS









GO FURTHER


FORD MOTOR COMPANY DO BRASIL










                                                                         SALVADOR

2013


SUMÁRIO


1 - Apresentação

2 - Descrição da Empresa

3 - Visão Estratégica do Sistema Produtivo da Empresa
3.1 O “pacote de valor” fornecido pela empresa
3.2 O modelo “input > processo > output aplicado ao sistema produtivo da empresa
3.3 Estratégia de produção da empresa a partir da matriz “Importância para o cliente x Desempenho do concorrente”
3.3 Os Indicadores de Desempenho da empresa medidos pelo modelo do Balanced Scorecard (BSC)

4 - Descrição do Empreendimento
4.1 O projeto do produto
4.2 Considerações sobre a tecnologia do produto e a tecnologia do processo produtivo
4.3 A localização da unidade produtiva
4.4 A estruturação da cadeia de suprimentos
4.5 A capacidade adequada da instalação
4.6 O arranjo físico

5 - A Operação do Sistema Produtivo
5.1 Previsões de demanda
5.2 Planejamento Agregado da produção
5.3 A gestão dos estoques da empresa
5.4 O MRP (Manufacturing Resources Planning)
5.5 O fornecimento just in time e a produção enxuta
5.6 Controles de variabilidade de processos

6 - INOVAÇÕES E MELHORIAS DO SISTEMA PRODUTIVO
6.1 As ferramentas da Qualidade Total aplicadas à empresa
6.2 A confiabilidade do sistema produtivo e os programas de manutenção
6.3 Reduções de impactos ambientais

7 - Considerações Finais

Referências


1.  APRESENTAÇÃO

As condições de qualidade, produtividade e competitividade no mercado interno e externo em relação aos Sistemas Produtivos Industriais, bem como o ajustamento às necessidades dos consumidores se constituem nos principais fatores pela modernização dos serviços, de um modo geral. Neste cenário competitivo, os gestores buscam encontrar métodos, técnicas, sistemas e novas filosofias de gerenciamento empresarial que permitam às organizações alcançarem melhores níveis de desempenho, sobretudo, no que diz respeito à qualidade, custo e flexibilidade.

Atualmente no cenário de mercado em que as empresas convivem, a busca pelo diferencial competitivo, social e ambiental, tem levado à procura de soluções inovadoras no seu segmento de mercado. A Ford Motor Company do Brasil decidiu partir para o projeto arrojado com a construção do complexo Industrial Ford Nordeste em Camaçari na Bahia, que é um Condomínio Industrial.

As organizações buscam aperfeiçoar seus sistemas de gestão, através da incorporação de tecnologias avançadas de produção e a reconstrução de seus sistemas de gestão e controle operacionais. Estas são algumas das razões pelas quais o sistema Just In Time, tem sido objeto de especial atenção no mundo ocidental, graças ao sucesso obtido inicialmente no seu país de origem, o Japão, e atualmente, utilizado em empresas de todo o mundo. O Just In Time tem indicado seu potencial de benefícios, quando aplicado como um processo de melhoria contínua, através do envolvimento humano, procurando flexibilidade no atendimento das demandas, simplicidade nos processos e eliminação de todo tipo de atividades desnecessárias. (ANFAVEA, 2013).

A Ford, baseada em seu posicionamento de ser percebida como uma organização que se renova a cada dia, precisava também renovar e reforçar sua presença no mercado. O meio já é parte essencial das estratégias de comunicação de todas as montadoras, e a companhia queria falar com esse púbico de uma maneira mais criativa e inteligente, destacando seus lançamentos, produtos e serviços. Assim, para manter e aumentar a venda de veículos a montadora procura colocar nas sua revendedoras o que o consumidor quer: um carro bonito, confortável, durável, prático, ágil e, principalmente, barato. Isso não é mais segredo para ninguém e vale para modelos de todos os patamares de preço. A competição tem como objetivo fazer mais com menos. Ela concentra-se no mercado dos populares, os carros de motor 1.0. Esses modelos são hoje os propulsores da indústria automotiva brasileira. De cada dez veículos vendidos no Brasil, sete são 1.0. O investimento em Camaçari tornou-se imprescindível para atingir o objetivo de crescimento a que a Ford se propôs. Prova disso é que, entre 1996 e 2001, a indústria automobilística investiu 20 bilhões de dólares no Brasil. A produtividade deu um salto nos últimos vinte anos. A robotização da indústria já chega a 50% nas fábricas mais modernas do Brasil. Um operário produz mais de 100 automóveis por ano, contra uma média de quinze na década de 80. A logística evoluiu a tal ponto que as indústrias de autopeças, que antes ficavam concentradas em poucos Estados, hoje viajam com as montadoras para onde elas fixam endereço. Na fábrica de Camaçari, por exemplo, 33 fornecedores acompanharam a Ford no projeto. Juntos, reduziram o tempo de produção de um carro de uma semana para um dia. Os consumidores também ganharam com o aumento de produtividade. Além do preço mais baixo, a qualidade e a durabilidade do veículo cresceram muito. "Nos anos 80 um carro era projetado para durar até três anos sem dar problemas maiores ao motorista. Hoje, o prazo de validade subiu para dez anos", diz Luc de Ferran, o vice-presidente da Ford no Brasil.

2. DESCRIÇÃO GERAL DA EMPRESA

O Novo Complexo Industrial da Ford em Camaçari, na Bahia, foi a primeira indústria automobilística instalada no Nordeste. Inaugurado em 12 de outubro de 2001, a unidade da Ford na Bahia foi o principal empreendimento industrial que a empresa realizou no mundo no início do século XXI, chegando à aproximadamente 1,9 bilhões, com capacidade instalada de produção anual de 250 mil veículos. A tecnologia de última geração é uma das fortes características deste empreendimento, que funciona como um gigantesco condomínio industrial, com fornecedores integrados na cadeia de produção, dentro de uma logística unificada. A chegada da Ford promoveu a modernização e melhoria da qualidade de vida da região, tendo a preservação ambiental como integrante da sua política. Segundo o presidente da Ford Motor Company Brasil, Antonio Maciel Neto, “o Complexo Industrial da Ford em Camaçari, significa uma nova página na história da Ford no País e representa não só uma demonstração de confiança no crescimento do Brasil e do Estado da Bahia, mas, também, de modelo e inovação tecnológica da Ford, na medida em que nele foi utilizada a melhor experiência mundial da empresa sobre conceitos, métodos e os processos mais avançados de produção”.

A nova fábrica possui organização e sistema de produção enxutos, sem estoque, com 30 fornecedores, sendo 26 instalados diretamente dentro de sua área industrial e mais 04 outros em um parque industrial anexo, gera mais de 8 mil empregos diretos, além de 80 mil postos de trabalho indiretos. Além disso, foi construído um Centro Tecnológico Automotivo que atua em complemento ao Programa de Qualificação Profissional para a indústria automobilística, dentro do Conjunto Industrial implantado no município de Camaçari. A unidade conta com um modelo de produção inovador, chamado montagem modular seqüenciada, aplicado pela primeira vez dentro da Ford Mundial. Seu principal diferencial é a participação de fornecedores diretamente na linha de montagem e no processo de produção e não apenas no fornecimento dos componentes do veículo, compartilhando das instalações e das responsabilidades.

Com mais de 512 robôs e sistemas eletromecânicos de automação, que atuam em áreas críticas em termos de segurança e qualidade, o processo de estamparia é totalmente automatizado, maximizando a segurança e reduzindo a praticamente zero os riscos de acidentes de trabalho. Já no setor de montagem da carroceria, sistemas automáticos também controlam mais da metade das operações, incluindo a armação, solda e conferência de geometrias. A pintura, devido à complexidade e sofisticação de seus equipamentos, é uma instalação modelo em termos mundiais. Ela foi a primeira, entre todas as fábricas da Ford no mundo, a empregar o sistema Eco-M, com turbinas de alta rotação e quatro robôs que executam a pintura automática da parte externa das carrocerias, com distribuição homogênea e sem desperdício de tinta, que é produzida à base de água, reduzindo as emissões evaporativas.

Tudo isto produz resultados sensíveis na atividade econômica da região, que também foi beneficiada com a melhoria da infraestrutura nas áreas de transporte, educação, saúde e comunicação.

É desse grande empreendimento que saíram os produtos do Projeto Amazon – Fiesta Hatch, Fiesta Sedan e EcoSport. Após quase 08 anos de planta na Bahia, em janeiro de 2009, a Ford comemorou a produção do Ecosport de número 500.000, um marco que refletiu o sucesso do veículo, líder da categoria de utilitários esportivos desde o seu lançamento, que além de obter recordes em vendas em vários mercados, conquistou diversos prêmios.

3. VISÃO ESTRATÉGICA DO SISTEMA PRODUTIVO DA EMPRESA

É fundamental formular e estruturar uma adequada estratégia de operação para identificar as medidas de desempenho de uma operação produtiva; a eficácia e a eficiência de uma operação; os objetivos gerais de desempenho estratégico do sistema produtivo e sua contribuição para o negócio.  A avaliação da Matriz Importância X Desempenho é uma ferramenta que pode ser utilizada para direcionar as ações de melhoria com foco nos clientes externos e também nos internos, pois permite traçar o panorama de uma empresa ou processo em relação aos seus concorrentes. As partes interessadas têm expectativas e necessidades a serem atendidas por empresas que em geral apresentam diferentes níveis de desempenho. As empresas precisam monitorar a satisfação dos clientes e melhorar continuamente.

Dentro da nova realidade competitiva mundial, que se apresenta, com sua intensa competição entre todos os segmentos, uma empresa que queira progredir ou mesmo continuar a viver, deve buscar a informação e o conhecimento contemporâneo da indústria e das forças competitivas que a regem, e em contrapartida, organizar uma estratégia competitiva que primeiramente tenha foco na produção, pois o potencial da produção como arma competitiva e o conceito de administração da produção como um ativo estratégico não podem mais ser descuidados pelos gestores empresariais. (PORTER, 2001).

3.1 O “pacote de valor” fornecido pela empresa

A montadora Ford, possui em sua estrutura um projeto de relacionamento com o cliente em todos os seus departamentos, definindo um intuito de mudar a cultura interna da organização, colocando o cliente como peça central, sendo a mesma política adotada aos seus distribuidores, com a meta de viabilizar e atender as etapas dos processos na venda de um veículo ou uma prestação de serviços (pós-venda). Assim, a Ford não somente realiza pesquisa para obter informações sobre os desejos e demandas dos clientes perante a estrutura física dos veículo, assim como para o atendimento nas revendedoras, pós-venda, entre outros, completando todo o ciclo.

De acordo com Gordon (1999), o relacionamento deve ser considerado um processo dividido em vários sub-processos, que são estabelecidos para compreender, melhor, as expectativas dos clientes, desenvolvendo uma cultura de eliminação de desperdício e aplicando técnicas de relacionamentos eficazes com os clientes, assim tendo uma importante vantagem competitiva no mercado.

O estudo dos processos de atendimento ao cliente do distribuidor Ford será um meio de analisar criticamente as possíveis melhorias no que tange à qualidade de atendimento ao cliente, bem como as melhores práticas de processos e controles de qualidade seja na produção ou no atendimento.
Segundo Porter (2001), a estratégia de uma empresa, que queira oferecer um preço melhor no mercado, começa com um bom produto, que deve ter qualidade aceitável e características que supram as necessidades básicas do cliente/consumidor. O competidor que busca a liderança em custo deve, essencialmente, oferecer um bom produto básico, isto é, com bons valores de uso e estima, para se pôr em posição privilegiada e criar um espaço no mercado para oferecer o melhor preço. Ao conseguir isso, o líder em custo estará conseguindo uma margem maior de lucro no mercado, fixando um preço mínimo.

Desta forma, embora a Ford seja uma montadora de veículos, a atividade dela não se restringe a apenas vendê-los, mas incorporar a este uma série de serviços como:

1.      Revisão de Veículos: Atendimento com hora marcada, de acordo com o horário de preferência do cliente; avaliação do carro por um consultor técnico na presença do cliente; Detalhamento dos serviços necessários e orçamento completo antes do início do serviço; e garante o trabalho finalizado no prazo acordado; disponibilidade de sala de espera confortável enquanto aguarda o atendimento ou serviço;
2.      Plano de revisão com preço fixo: realiza a verificação de mais de 60 itens;
3.      Revisão com Desconto Progressivo: além de o preço do serviço ser tabelado, a Ford oferece desconto pela fidelidade dos clientes a partir da 3º revisão;
4.      Assistência 24 horas: o Ford Assistance é um exclusivo serviço de assistência 24 horas dentro do território nacional e países do Mercosul, incluindo remoção gratuita para o veículo que apresentar pane mecânica, elétrica ou colisão. O Ford Assistance começa no momento da aquisição do produto;
5.      Informações úteis: mantém no seu site informações e dicas para deixar o veículo Ford sempre novo, além de esclarecimentos e cuidados necessários para manter o desempenho do carro excelente;
6.      Peças Genuínas: Ao fazer a revisão ou manutenção do seu veículo em um dos Distribuidores Ford o cliente tem ao seu dispor peças genuínas de qualidade, ofertas de preços, 1 ano de garantia e profissionais treinados e qualificados para uma instalação seguro e de qualidade;
7.      Garantia estendida: A Ford é a primeira montadora brasileira a oferecer a garantia estendida exatamente como a garantia de fábrica. Todos os clientes Ford das linhas de automóveis, picapes e utilitários podem estender a garantia completa de seu veículo ou apenas do motor e câmbio, por 12 ou 24 meses sem limite de quilometragem.  A Garantia Estendida Ford pode ser contratada até dois meses antes do término da garantia original de fábrica. E não é perdida caso você decida vender o veículo. Para garantir todos os benefícios, o cliente tem que fazer as revisões básicas na Rede Ford, a cada 10.000km ou prazo de seis meses. Outras vantagens são o preço acessível, a ausência de franquia e a Assistência 24 horas Gratuita;
8.      Serviços Financeiros: Ford Credit, Seguros Ford, Consórcio Nacional Ford, Cartão Ford Itaucard.

Estes são alguns dos exemplos de serviços que compõem o “pacote de valor” da Ford, demonstrando que a sua filosofia é a conquista e fidelização de clientes por meio da qualidade dos serviços e produtos oferecidos. Esta filosofia é ratificada por meio da Política de Qualidade, Missão e Visão, conforme descritas a seguir:

Política de Qualidade Ford
Atingir continuamente resultados consistentemente melhores em termos de Satisfação do Consumidor com nossos produtos e serviços. Processos e pessoas têm sido e sempre serão a chave para conseguirmos estes resultados.”

Missão Ford:
Somos uma família global e diversificada, com um legado histórico do qual nos orgulhamos e estamos verdadeiramente comprometidos em oferecer produtos e serviços excepcionais, que melhorem a vida das pessoas.”.

Visão Ford:
Ser a empresa líder mundial na avaliação do consumidor em produtos e serviços automotivos.”

3.2 O modelo “input > processo > output aplicado ao sistema produtivo de um modelo Ford

Um modelo de transformação do Sistema Produtivo Industrial é composto por input, processo de transformação e output. Os inputs são os recursos de entrada geralmente classificados em recursos a serem transformados e recursos de transformação. Os recursos a serem transformados são materiais, informações e consumidores. Os recursos de transformação são compostos por instalações (prédios, equipamentos, tecnologia) e funcionários (pessoas que operam as instalações).

A produção é o resultado de três elementos que formam o processo produtivo, esses três elementos são a entrada (input) o processo (formado por pessoas, equipamentos -  transforma o input em output) e a saída (output) que é o resultado da transformação da entrada através do processo.

Segundo Slack (2009) simplifica o conceito de administração da produção dizendo que se “trata da maneira pela qual as organizações produzem bens e serviços”. Em uma organização, a área de Administração da Produção é responsável por desenvolver produtos ou serviços a partir de insumos (materiais, informações, consumidores) através de um sistema lógico criado racionalmente para realizar essa transformação.

O Processo é ambiente de transformação dos inputs dividido em duas partes: Instalações e Funcionários. Instalações são todo o complexo necessário para o funcionamento da empresa é o terreno, prédio, máquinas. Funcionários consistem na parte humana, são as pessoas que participam de toda a cadeia necessária para o bom funcionamento do processo produtivo. No final do processo de transformação dos inputs são criados os bens ou serviços (output). Esses produtos serão comercializados pela empresa para garantir sua sustentabilidade e crescimento, logo é o Resultado do processo operacional sob os inputs.

A Ford é uma indústria de montagem de veículos, assim, os inputs são os produtos e serviços oferecidos pelos sistemistas e os serviços executados pelos seus colaboradores entre outros. Segue tabela de empresas que prestam serviços à Ford e as respectivas atividades que desenvolvem.







Em Camaçari, todo o ciclo produtivo dura apenas um dia, o que permite que a cada oitenta segundos um veículo entre no pátio da montadora para ser transportado para o ponto-de-venda. A divisão interna da montadora em Camaçari é comparável ao traçado de uma pequena cidade, em que a Ford seria a avenida principal e os fornecedores, as ruas transversais. Quando um carro entra na linha de montagem, ainda em forma de esqueleto, os fornecedores são acionados e o pedido de peças aparece na tela do computador, especificando o volume e a hora de entrega, assim, os fornecedoras de autopeças vão simultaneamente recheando a máquina com seus equipamentos e acabamentos, ou seja, a sincronia do trabalho, assim como o tempo gasto de cada operação são características elementares. Todos os funcionários dos fornecedores estão lado a lado, usam o mesmo uniforme, dividem o transporte, o centro médico e têm o mesmo piso salarial, pois as empresas do complexo possuem administração única. O resultado disso é uma economia para a montadora de pelo menos 50% dos custos de administração dos serviços.

A produção começa com a chegada das bobinas de aço. Elas são cortadas em chapas e seguem para a estamparia, onde é moldado o esqueleto do carro (duração  de 5h). Na sequência do processo (duração de 4h30), as partes são encaminhadas para a montagem da carroceria, quando portas, assoalho, teto, parte traseira e dianteira são soldados. Na pintura (duração de 8h30), o carro é lavado, recebe três camadas de tinta à base de água, sem solvente; um robô aplica a última camada. Na linha de montagem final (duração de 5h40), acessórios e acabamentos deixam o veículo com a cara do produto final. Depois de prontos, os carros passam por testes de qualidade: infiltração, ruído, parte elétrica e alinhamento (duração de 20 minutos).

É de responsabilidade da Ford os processos de: armação da carroceria, pintura e montagem final e dos fornecedores são responsáveis pela produção e montagem dos módulos que são agregados aos veículos.
O processo de globalização e a revolução tecnológica vêm transformando a cadeia do setor automotivo no mundo, modificando as relações dentro da cadeia produtiva composta por montadoras, fornecedores, autopeças e concessionárias. Segue os agentes que compõem a cadeia:
  1. Indústria de extração: empresas de extração de minerais e metais;
  2. Indústria de autopeças: fabricantes de motores, câmbios, peças de acabamento e suspensão (sistemistas);
  3. Montadora: agentes dominantes da cadeia e os responsáveis pela montagem de veículos (Ford);
  4. Concessionárias e distribuidoras de veículos: empresas comerciais comercializam veículos; prestam assistência técnica aos veículos; participam de promoções, consórcios, arrendamentos e planos de financiamentos; e comercializam acessórios e produtos do ramo (Morena Veículo, Indiana Veículos, entre outras);
  5. Cliente final: comprador dos veículos produzidos.
Assim o sistema produtivo de um modelo Ford pode ser divido da seguinte forma:
ü  Recursos de Inputs: colaboradores das empresas sistemistas, colaboradores da Ford, produtos e serviços oferecidos pelas sistemistas, informações, prédios, máquinas, computadores, equipamentos, robôs, entre outros.
ü  Processos de transformação: etapas de estamparia, carroceria, pintura e montagem final.
ü  Output: veículos automotivos

3.3 Estratégia de produção da empresa a partir da matriz “Importância para o cliente x Desempenho do concorrente”

É fundamental formular e estruturar uma adequada estratégia de operação para identificar as medidas de desempenho de uma operação produtiva; a eficácia e a eficiência de uma operação; os objetivos gerais de desempenho estratégico do sistema produtivo e sua contribuição para o negócio.  A avaliação da Matriz Importância X Desempenho é uma ferramenta que pode ser utilizada para direcionar as ações de melhoria de desempenho com foco nos clientes externos e também nos internos. Permite traçar o panorama de uma empresa ou processo em relação aos seus concorrentes. As partes interessadas têm expectativas e necessidades a serem atendidas por empresas que em geral apresentam diferentes níveis de desempenho. As empresas precisam monitorar a satisfação dos clientes e melhorar continuamente.

A matriz importância X desempenho proporciona perceber os pontos de excessos e falhas da sua empresa e aperfeiçoar o seu desempenho competitivo.

Importantes fatores que permitem melhor desempenho de uma empresa são os preços e custos menores que os dos seus concorrentes. As organizações que vislumbram a busca pela liderança em custo devem, primeiramente, proporcionar um bom produto, isto é, com bons valores de uso e preço, para desta forma se colocar em situação privilegiada, tendo condições de criar um espaço no mercado, oferecendo o melhor preço. A empresa, que conseguir obter a liderança no fator custo, estará conseguindo obter uma margem crescente de lucratividade, pois, dentro desta estratégia, de preço mínimo, existe um posicionamento que determina a desenvoltura da empresa em ter um desempenho elevado. Contudo outros fatores necessitam ser analisados a fim de avaliar o desempenho da empresa perante os concorrentes e perante os itens que os clientes consideram importante. Ou seja, a redução de custos e preços é de suma importância, mas não é a única que direciona o mercado e influencia na compra de determinado produto pelo cliente e manutenção de empresa no mercado.

A Ford oferece brindes e vantagens aos clientes que responderem à pesquisa de satisfação Q.C.P. em relação aos serviços e produtos fornecidos pelo Grupo para construir a Matriz.

Assim, a matriz “Importância para o cliente x Desempenho do concorrente” da Ford será construída considerando as seguintes variáveis:

Importância para os clientes

Fatores ganhadores de pedidos
ü  Forte 1. Proporciona vantagem crucial: Preço
ü  Médio 2. Proporciona vantagem importante: Qualidade / Segurança
ü  Fraco 3. Proporciona vantagem útil: Economia (baixo consumo de combustível)
Fatores qualificadores
ü  Forte 4. Deve ter bom padrão: Condições de pagamento
ü  Médio 5. Deve atender ao padrão médio: Condições para reposição de peças
ü  Fraco 6. Pode estar pouco atrás da média: Design
Fatores menos importantes
ü  Forte 7. Pode tornar-se importante: Tamanho / espaço
ü  Médio 8. Raramente considerado pelo cliente: Qualidade do manual de instruções
ü  Fraco 9. Nunca considerado pelo cliente: Investimento em P&D

Desempenho do concorrente

Fatores ganhadores de pedidos
ü  Forte 1. Proporciona vantagem crucial: Marca
ü  Médio 2. Proporciona vantagem importante: Preço
ü  Fraco 3. Proporciona vantagem útil: Condições de pagamento

Fatores qualificadores
ü  Forte 4. Deve ter bom padrão: Qualidade / segurança
ü  Médio 5. Deve atender ao padrão médio: Investimento em P&D
ü  Fraco 6. Pode estar pouco atrás da média: Design

Fatores menos importantes
ü  Forte 7. Pode tornar-se importante: Economia (baixo consumo de combustível)
ü  Médio 8. Raramente considerado pelo cliente: Tamanho / espaço
ü  Fraco 9. Nunca considerado pelo cliente: Qualidade do manual de instruções

Pode-se afirmar que o fator que necessita de mais atenção da Ford para melhoria perante os concorrentes e que é de grande importância para os clientes é a economia (baixo consumo de combustível). Estes clientes podem estar dispostos a pagar mais para obter uma carro mais econômico e a Ford não está focando seus esforços no desenvolvimento desta tecnologia. Os fatores qualidade do manual de instruções, tamanho/espaço, design e qualidade/segurança precisam ser melhorados, sendo que o último é o que está praticamente adequado à demanda, necessitando de menos investimento de tempo e “força” para sua melhoria, em relação aos demais. Quanto aos fatores Investimento em P&D, Condições de pagamento e Preço, a Ford deve manter seus esforços para seus níveis de importância x desempenho.

3.3 Os Indicadores de Desempenho da empresa medidos pelo modelo do Balanced Scorecard (BSC)

Hoje a excelência de qualidade empresarial é exigida continuamente, o grande desafio do administrador é manter um sistema de informação gerencial que forneça informações consistentes, certas e oportunas para tomar decisões acertadas no ambiente em que se encontra. Neste contexto o Balanced Scorecard  - BSC é visto como uma ferramenta organizacional que pode ser utilizada para gerenciar importantes processos como estabelecimento de metas individuais e de equipe, remuneração, alocação de recursos, planejamento e orçamento, realimentação e aprendizado estratégico. O Balanced Scorecard - BSC equilibra as dimensões financeiras e não financeiras de uma empresa permitindo monitorar a organização com o balanceamento da visão financeira, operacional e com a visão de longo prazo propiciando aos gerentes um instrumento que necessitam para ter sucesso competitivo, primando por uma visão sistêmica.

O BSC - Balanced Scorecard consiste na tradução e monitoramento da Gestão com cunho Estratégico, considerando a interatividade dos ativos não financeiros da empresa, como processos, produtos e serviços inovadores, capacitação e motivação do Capital Humano, bem como Sistemas de Informação, de modo a maximizar os resultados financeiros da empresa. Nessa conjuntura organizacional é comum a elaboração de um planejamento estratégico, o grande desafio hoje para o gestor é gerir informações corretas e adequadas para que sejam tomadas as decisões mais apropriadas para o desenvolvimento empresarial.

A Ford terceirizou a gestão dos indicadores de desempenho (financeiros, percepção do cliente, processos internos, inovações, melhorias e aprendizagem) medidos pelo modelo do Balanced Scorecard (BSC).

4. DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO

4.1 O projeto do produto

No começo do século 20, os automóveis eram divertimento para os ricos. A maioria dos modelos eram instrumentos tão complexos que necessitam de alguém especializado para guiá-los. Então, Henry Ford decidiu construir um carro simples, confiável e acessível. E eis que surge a Ford.

O estudo dos diversos tipos de projetos necessários à implantação e funcionamento de uma empresa possibilita definir as etapas do projeto de um novo produto: conceito, triagem do conceito, projeto preliminar, avaliação do projeto preliminar, construção de protótipos e projeto final do produto; a documentação final resultante do projeto do produto; e Aa gestão do projeto de novos produtos.

A experiência acumulada, pelas empresas industriais, na elaboração de projetos de produtos ao longo do último século permite esboçar um modelo esquemático para aquela atividade o qual, em maior ou menor grau, é seguido por quaisquer equipes que se proponham a projetar um produto.
As etapas de um projeto de produto são: geração de possíveis "conceitos" que possam descrever os benefícios que o produto trará para o cliente ou usuário; triagem dos conceitos gerados na etapa anterior, a fim de escolher-se, dentre eles, o que melhor concilia as necessidades e expectativas do cliente/usuário com a viabilidade de fabricação; eleição do conceito final do produto; elaboração do projeto preliminar; avaliações e introdução de melhorias no projeto do produto; construção de protótipos; e projeto final do produto, que consiste em um conjunto detalhado de especificações técnicas, formado por conceito final, pacote de documentos descritivos do produto e descrição geral do processo de fabricação/montagem do produto.

O projeto de um produto é uma atividade multidisciplinar, para cuja execução conta-se com a participação de profissionais de diversas áreas funcionais da empresa, como marketing, engenharia de produto, engenharia de processos, produção, materiais e logística. Dela também participam profissionais da área financeira, para decisões relativas a custos e a investimentos de capital.

No Projeto do Produto, aspectos intangíveis, com comportamentos imprevisíveis, que reforçam a importância da cultura de desenvolvimento de produtos. É fundamental para a afirmação desta cultura nas empresas, atividades pragmáticas de laboratório que resultem em saber fazer e na difusão do conhecimento. Parece impossível ser competitivo sem que haja esforços significativos em P&D voltados para o aperfeiçoamento de produtos e processos. (atividade fim da empresa).

Com a estruturação do plano mundial One Ford, que atingiu todas as suas operações, a Ford decidiu que todos os seus carros seriam projetos mundiais. O primeiro feito nesses moldes foi o EcoSport, um produto brasileiro, readaptado para mercados de forte crescimento. A estratégia é vista pela companhia como sua virada no mercado automotivo.

4.2 Considerações sobre a tecnologia do produto e a tecnologia do processo produtivo

Com a globalização, já é viável que os consumidores de todo o mundo disponham de produtos e serviços a um menor preço e melhor qualidade. E as empresas, por sua vez, respondem a estas pressões, reordenando seus processos produtivos, em busca de uma estruturação melhor no seu ramo de atuação, procurando efetuar ajustes no intuito de evitar desperdícios, falhas, refação de trabalho e perda de tempo em seus processos produtivos.

4.3 A localização da unidade produtiva

Em relação à implantação de uma nova unidade de produção convém entender o projeto da localização (estudos e métodos para localização de unidades produtivas); bem como o projeto da capacidade (determinação da capacidade instalada adequada para unidades industriais, com base nos custos de produção); e projeto da rede de operações (considerações para tomada de decisão sobre o desenho de redes de operações fabris).

No que diz respeito à localização de uma unidade de produção, há um conjunto de "fatores de atração" do local, que varia de negócio para negócio, de maneira que cada tipo de unidade de produção é sensível a um certo conjunto de fatores de atração. Além disso, individualmente, cada um dos fatores do conjunto exerce sua própria força de atração, cuja intensidade depende da influência específica do fator sobre o tipo de negócio. Estes fatores podem estar vinculados ao tamanho do espaço necessário para acolher a capacidade produtiva da indústria, às características demográficas adequadas ao desenho de rede escolhido, entre outros.

LOCALIZAÇÃO DO COMPLEXO FORD CAMAÇARI
Pólo Petroquímico de Camaçari - BA 
          50 km de Salvador 
          35 km do Aeroporto de Salvador
          4 km de Camaçari
          5 km de Dias D’Ávila
          3 km do Pólo Petroquímico
          20 km do litoral de Camaçari
          15 km da BR-324
          85 km de Feira de Santana
          27 km do Porto de Aratu

Segue tabela com os fateores determinantes para a escolha da Ford em se instalar na Bahia:

Fatores
Peso (1 a 5)
Disponibilidade de mão-de-obra para o chão de fábrica
4
Nível salarial mais baixos
4
Proximidade do Pólo Petroquímico
3
Proximidade dos mercados
2
Disponibilidade e custos dos terrenos
1
Incentivos governamentais (subsídios, investimentos em infraestrutura e isenções fiscais - impostos de importação, de IPI, de imposto de renda sobre o lucro)
5
Proximidade dos consumidores da capital
1
Possibilidade de crescimento da planta (área ampla)
1
Logística (vide quadro abaixo)
4
Financiamento da instalação da fábrica (BNDES)
5

Benefícios na região pela escolha do local:

Toda a mão-de-obra do chão de fábrica vem do município e da vizinha cidade de Dias d'Ávila. Os operários são treinados pelo Senai durante três ou quatro meses. A parte prática do treinamento é feita dentro da fábrica. O comércio em Camaçari, cidade com 180.000 habitantes, cresceu 25% no último ano. Inauguração de hotéis, lojas especializadas em equipamentos de segurança, ferramentas e outros produtos consumidos na fabricação do Fiesta. A oferta de emprego nunca foi tão alta para uma população que não tinha mais onde procurar ocupação, desde que o Pólo Petroquímico esgotou sua capacidade de absorção de mão-de-obra. Novos cursos foram inaugurados nas faculdades de Camaçari e na universidade da capital do Estado.

4.4 A estruturação da cadeia de suprimentos

A cadeia de suprimentos é parte de uma ou de várias cadeias produtivas envolvendo as estratégias e atividades de planejamento, movimentação e armazenagem de materiais desde a matéria-prima até o produto final; enquanto a cadeia produtiva refere-se à estrutura geral do segmento de mercado. Por sua natureza multifuncional, a cadeia de suprimentos abrange três grandes conjuntos de atividades empresariais: Processos de Negócios; Organizações e Pessoas, Tecnologia. Iniciativas, Práticas e Sistemas.

A estrutura da cadeia de suprimentos consiste de organizações com processos de negócios interligados, ou seja, processos que produzem valor para o cliente. Os componentes gerenciais da cadeia são administrados de modo integrado entre as organizações que participam da estrutura da cadeia. Os processos de negócios-chave relevantes para a gestão da cadeia de suprimentos que devem ser tratados em conjunto pelos membros da cadeia são: Gestão do Relacionamento com clientes; Gestão do serviço ao cliente; Gestão da Demanda; Gestão do Processamento de Pedidos; Gestão do Fluxo de Produção e de Operações; Gestão dos Fornecedores; Projeto e desenvolvimento de produtos e processos.

A "cadeia de suprimentos" (tradução de "supply chain") é desenhada a partir de uma determinada empresa central, que serve de referência para a rede. Com base nos relacionamentos (diretos ou indiretos) com a referida empresa.
                                     
O Supply Chain Management consiste em uma série de aproximações utilizadas para integrar eficazmente fornecedores, fabricantes e lojas, para que a mercadoria seja produzida e distribuída nas quantidades ideais, na localização certa e no tempo correto, com o objetivo de satisfazer o nível de serviço e diminuir os custos ao longo do sistema. Assim sendo, são realizados esforços aplicados à qualidade do projeto, o que inclui qualquer atividade de projeto e desenvolvimento que ocorre antes da fabricação do produto. É o controle da qualidade aplicado durante o projeto do produto e durante o projeto do processo.

Fundamentos da Estrutura Ford Camaçari

1.      Novas relações entre montadora-fornecedor e fornecedor-fornecedor;
2.      Emergência de um número menor de fornecedores de primeiro nível, de maior estrutura e com intensa capacitação tecnológica;
3.      Interdependência crescente da indústria de autopeças;
4.      Verticalização e relações cooperativas entre os fornecedores de níveis diferentes e entre sistemistas e montadoras;
5.      Relações horizontais mais avançadas entre fornecedores no mesmo nível, realizando parcerias mediante joint ventures e acordos de transferência de tecnologia e fornecimento;
6.      Realização do global sourcing pelos fornecedores de primeiro nível.


Características da Estrutura Ford Camaçari

1.      Pode-se considerar que o complexo Ford baiano está estruturado em forma de rede.
2.      As “redes de firmas” são arranjos institucionais que possibilitam uma organização das atividades econômicas, mediante coordenação de ligações sistemáticas entre as firmas interdependentes.
3.      A presença de uma estrutura em rede permite, que as atuais a Ford obtenham rendimentos cada vez maiores, reduzindo o risco do investimento junto às empresas sistemistas e às demais fornecedoras, produzindo de maneira flexível, ajustando-se assim à estratégia da montadora ao longo do tempo.
4.      A cooperação interfirmas permite a sinergia das capacitações técnicas e a difusão de inovações.

Objetivos da Estrutura Ford Camaçari

  1. Redução do número de componentes fabricados dentro das montadoras, priorizando o desenho, a montagem e a distribuição;
  2. Terceirização da fabricação de componentes e montagem de módulos;
  3. Consolidação de uma plataforma base para desenvolvimento de veículos, permitindo o compartilhamento de peças em vários modelos de automóveis;
  4. Consolidação da base de primeira linha (first tier), buscando a identificação dos fornecedores-chave, o estabelecimento de metas de redução de custos e o aprimoramento das atividades;
  5. Redução progressiva do número de fornecedores (reforçado com a tendência de oligopolização, fusões e aquisições globais entre empresas de autopeças);
  6. Surgimento de megafornecedores;
  7. Política de fornecedor único, estabelecendo, em geral, contrato válido pela vida útil do veículo;
  8. Alteração na forma de produzir.

Características dos produtos Ford Camaçari
       Produtos com alto conteúdo nacional (95%)
       Conteúdo no Estado da Bahia (71%)
       Máquinas e Equipamentos Nacionais (80%)

4.5 A capacidade adequada da instalação

A capacidade adequada de uma unidade de produção é aquela que proporciona a melhor solução de compromisso entre os custos e resultados para a empresa, sendo definida no decorrer das atividades de produção. A produção em escala é sinônimo de redução de custos unitários, até o momento em que não se chega próximo à capacidade máxima de produção da indústria, pois nesta, as taxas de stress são altas, tanto para as máquinas (quebra, falta de manutenção preventiva, aumento do tempo de paradas para prevenção corretiva) quanto para as pessoas envolvidas nos processo (doenças, erros, fadiga, baixa produtividade).

A capacidade adequada da Ford é de 300 mil carros ao ano, ou seja, capacidade acima do que é produzido na planta (250 mil). Isto se deve ao fato da Ford possui uma produção enxuta puxada, na qual entende-se que o ideal é produzir apenas o que o mercado pode ou prevê demandar/consumir e não até a capacidade adequada máxima ou ideal com menor custo e maior margem de lucro.

Q (mil unid)
Custo Fixo
Custo Variável
Custo Total
Custo Unitário T
Custo Unitário R
Receita
Lucro
0
 10.000,00
                 -  
      10.000,00
            -  
            -  
                   -  
     (10.000,00)
50
 10.000,00
    750.000,00
    760.000,00
 15.000,00
 15.000,00
    1.500.000,00
    740.000,00
100
 10.000,00
 1.500.000,00
 1.510.000,00
 14.500,00
 14.500,00
    3.000.000,00
 1.490.000,00
150
 10.000,00
 2.250.000,00
 2.260.000,00
 14.000,00
 14.000,00
    4.500.000,00
 2.240.000,00
200
 10.000,00
 3.000.000,00
 3.010.000,00
 13.500,00
 13.500,00
    6.000.000,00
 2.990.000,00
250
 10.000,00
 3.750.000,00
 3.760.000,00
 13.000,00
 13.000,00
    7.500.000,00
 3.740.000,00
300
 10.000,00
 4.500.000,00
 4.510.000,00
 12.500,00
 13.000,00
    9.000.000,00
 4.490.000,00
350
 10.000,00
 5.250.000,00
 5.260.000,00
 12.000,00
 13.500,00
  10.500.000,00
 5.240.000,00
Fonte: Elaborada pela Equipe

PRODUÇÃO

Capacidade Instalada
         250 mil veículos/ano
         850 veículos/dia
         1 veículo/ 80 segundos

4.6 O arranjo físico

Definir o arranjo físico de uma operação é decidir onde colocar todas as instalações, máquinas, equipamentos e pessoal envolvidos na operação. Esta distribuição deve ser realizada com base no princípio da busca pela maior eficiência na produção, menores custos e mais segurança.

Área Total
4,7 milhões m²

1,6 milhões m² de área industrial sendo 230.000 m² de área construída
0,7 milhões m² de área para expansão
2,4 milhões m² de área para preservação ambiental interna

Áreas Externas
4,6 milhões m² de área de preservação ambiental externa

Planta Ford Camaçari


Montagem Final
 

Estamparia
 


Montagem de Carroceria
 

Pintura
 

Layout Ford Camaçari

O layout adotado pela Ford visa aproveitar as melhores oportunidades de logística, melhor organização da produção, modularização dos produtos e proximidade física dos fornecedores.

A Ford utiliza o sistema Just in Time de produção, por isso, o “estoque” (para uso imediato) é mantido no chão da fábrica entre as estações de trabalho e não em almoxarifados, em recinto aberto, de modo a facilitar seu uso nas estações seguintes. Assim, os “estoques” são apenas o suficiente para manter o fluxo produtivo por poucas horas, o que leva a uma substancial redução nos espaços necessários.

O arranjo físico celular é geralmente utilizado nas empresas que adotam o JIT, como é o caso da Ford. Os postos de trabalho são bastante próximos, e isto evita gastos com transportes dos materiais de um posto para outro. A atuação simultânea do trabalhador em diversas máquinas exige uma reestruturação física dos layouts para comportar uma proximidade maior entre os equipamentos, de forma que o operador possa atuar de maneira perspicaz, tornando mínimo o tempo gasto no deslocamento entre as mesmas. Com este ponto de vista, surgiu o conceito de células de produção, que é basicamente um arranjo de layout onde os recursos (máquinas e equipamentos) são dispostos de tal forma que permitam a atuação simultânea do operador em diversas máquinas. (MONDEN, 1984). Zagonel (2006) cita mais algumas vantagens do arranjo celular face ao arranjo funcional, como por exemplo: redução de produtos com defeitos; maior produtividade; menor manuseio das peças/produtos e menos movimentação do operário; menor tempo de Setup; menor estoque em processo e menores filas de espera.

Portanto o layout do processo de produção da Ford é celular, de modo a tornar o processo mais eficiente, reduzir a movimentação e o tempo gasto com a preparação da máquina. ((MONDEN, 1984). 

Desta forma, o sistema produtivo do Complexo Ford Camaçari se caracteriza da seguinte forma:

Tipo de Arranjo Físico
Qtd de und produzida no tempo
Grau de variedade de produção
Processo de \produção
Produto / Linha
Alta
Baixo
Em linha / massa

5. A OPERAÇÃO DO SISTEMA PRODUTIVO

5.1 Previsões de demanda

As previsões de demandas dependem de alguns fatores: disponibilidade de dados, tempo e recursos - métodos mais sofisticados envolvem modelos matemáticos. Horizonte de previsão - Há métodos mais eficientes para previsões de longo prazo (demandas anuais), enquanto que outros são aplicados para períodos mais curtos, como meses, semanas ou mesmo dias.

A dependência pode ser exemplificada quando existe um subproduto para uma montagem final onde pode ser associado o quantitativo da parte com o quantitativo final do produto. Os métodos não conduzem a resultados perfeitos e a chance de erro aumento à medida que nos distanciamos da previsão futura. Alguns estudiosos dizem que “as previsões são excelentes para se prever o passado e nos enganar a cerca do futuro”. Ironia à parte, as previsões de demanda são feitas desde que se projeta uma indústria ou empresa de serviços e depois, com ela operando, nas correções dos efeitos sazonais do mercado. Não podemos desconsiderar também a dinâmica e as mudanças dos mercados, que continuadamente nos oferece uma gama enorme de fatores aleatórios, que nenhuma previsão consegue captar.

Os métodos de previsão de demanda podem ser Qualitativos: baseados no julgamento de pessoas que tenham condições de opinar sobre as demandas futuras: vendedores, gerentes, clientes, fornecedores. Não se apóiam em nenhum modelo matemático, embora possam ser conduzidos de maneira sistemática. São muito úteis quando da ausência de dados, e também no início de um projeto ou de uma empresa.

Os métodos de previsão de demanda podem Quantitativos (ou matemáticos): São baseados em modelos matemáticos e se utilizam de dados diversos e das demandas passadas para se chegar a uma previsão futura. Podem ser: Métodos causais. A demanda de um item (ou itens) pode estar relacionada com variáveis externas à empresa: crescimento da população (ou de uma classe específica dela), número de alvarás expedidos para construção, consumo de certos produtos, são fatores indutores da demanda de produtos afins. Séries temporais. A análise de séries temporais exige somente o conhecimento de valores passados da demanda.
  
5.2 Planejamento Agregado da produção

O Planejamento e Controle têm o objetivo de unir a capacidade de produção com a demanda dos consumidores. O planejamento possui a característica de identificar o que pode acontecer no futuro enquanto que o controle é lidar com as variáveis do processo. O planejamento a longo prazo está mais preocupado num nível macro, relacionando custo, capacidade, previsões, enquanto que num médio prazo, já precisa identificar características mais especificas e elaboração das etapas do processo. Em curto prazo, a características de controle se mostram bem contundentes e necessárias quando comparamos no médio e longo prazo. A demanda e suprimento é diretamente relacionada com a natureza da operação.

5.3 A gestão dos estoques da empresa

Estoques são materiais acumulados na entrada de qualquer estágio do processo global de produção ou de distribuição de produtos. Gestão de Estoques é um assunto vital e absorve parte substancial do orçamento operacional de uma organização, já que não agregam valores aos produtos. Assim, quanto menor o nível de estoques com que um sistema produtivo conseguir trabalhar, mais eficiente será. A eficiência na sua administração poderá criar a diferença com os concorrentes, melhorando a qualidade, reduzindo os tempos, diminuindo os custos entre outros fatores, oferecendo, assim, uma vantagem competitiva para a própria empresa.

O Gerenciamento dos Estoques nas empresas é fundamental para a diminuição dos custos. Estoques elevados e precariamente administrados são fatores que oneram o preço final dos produtos, bem como uma aplicação indevida do capital de giro das empresas. A competitividade das empresas no mundo globalizado exige uma correta manutenção desse ativo, sendo fundamental manter apenas as quantidades necessárias para a produção. A correta gestão de estoques na cadeia de suprimentos não pode ser efetuada isoladamente, algumas medidas de controle de produção podem ser implementadas pela empresa. Todavia, é fundamental que a cadeia de suprimentos esteja no mesmo nível de evolução e a relação cliente-fornecedor tenha um sincronismo total. Assim, a Ford implementa o sistema Just in Time para reduzir custos por meio da ausência de estoques. Isto só é possível devido ao alto grau de interação e confirança entre a Ford e seus fornecedores, que ficam localizados na sua planta de fabricação, já que é fundamental para o bom funcionamento da produção, que os materiais e componentes adquiridos de terceiros sejam recebidos somente nas quantidades, na qualidade e no momento estabelecidos. Considerando que todos os itens adquiridos por uma empresa em geral representam 60 a 70% dos custos gerais de fabricação, é fundamental a construção de uma base confiável de fornecedores, que possa atender estes requisitos e também a questão dos preços. (HARMON, 1991). A busca de aperfeiçoamento contínuo preconizada pelo sistema JIT demanda um tipo de relação estreita entre cliente e fornecedor de tal forma que questões como: preços, tempos de entrega, e níveis de qualidade estejam sendo revistos e melhorados continuamente.

Assim, as empresas fornecedoras arcam com os custos de estoque baseadas na quantidade assegurada pela Ford a ser produzida num determinado espaço de tempo.

5.4 O MRP (Manufacturing Resources Planning)

MRP - Manufacturing Resource Planning, ou planejamento de necessidades de materiais, é um módulo do sistema que ajuda a manter os estoques de insumos em níveis ideais de forma que a produção não pare por falta de componentes e que o espaço de armazenamento não seja ocupado desnecessariamente. A partir da necessidade futura gerada pela programação de produção, cruza informações como composição dos produtos, quantidades mínimas de compra, tempo de obtenção de cada componente e tamanhos de lotes de produção. Com esses dados, o sistema calcula quando e quanto comprar de cada item, de forma que não ocorra falta ou excesso de suprimentos para a produção. Usa uma filosofia de planejamento. A ênfase está na elaboração de um plano de suprimentos de materiais, seja interna ou externamente. Considera a fábrica de forma estática, praticamente imutável.

Como a Ford já possui uma quantidade pré-estipulada de carros a serem produzidos num determinado espaço de tempo, fica mais fácil realizar a gestão e planejamento da demanda por estes materiais, que no caso, são realizados pelas próprias empresas fornecedores.

De modo geral, a implantação de um sistema MRP visa:  

ü  Diminuir custos de estocagem e movimentação
ü  Tempo de vida e controle de validade em casos de produtos perecíveis. Além disto, o produto pode sofrer alterações de modelo, por exemplo.
ü  Atendimento ao cliente
ü  Diminuir a improdutividade. A produtividade pode ser atingida e afetada por falta de materiais, tempo de preparação, quebra de máquina, hora extra, variação na equipe, etc.
ü  Previsibilidade, incluindo a manutenção dos equipamentos, a previsão de compras e produção.
ü  Capacidade da instalação para o atendimento, ou seja, a capacidade de atendimento ao cliente.
ü  Diminuir o custo de materiais e transporte.
ü  Diminuição do custo de obtenção.

5.5 O fornecimento just in time e a produção enxuta

De acordo com Skinner (1987), o enfoque estratégico sobre a produção, para se obter vantagem competitiva, deve necessariamente encarar o controle dos custos como parte vital para o sucesso do empreendimento. Neste sentido, a melhoria da qualidade é um meio para a redução dos custos e aumento da produtividade. O sistema Just In Time dá um novo conceito ao custo do processo produtivo. O custo verdadeiro é o custo real, natural, aquele resultante de atividades que agregam valor ao produto. Todos os outros “custos”, oriundos de atividades que não agregam valor ao produto, são na verdade desperdícios. As ferramentas que o sistema JIT utiliza no combate aos desperdícios são eficazes e colaboram na obtenção da liderança em custo.

Just In Time é a metodologia com base nas pessoas, cuja filosofia é eliminar tudo aquilo que não adiciona valor ao produto. O objetivo é fornecer exatamente as peças necessárias, nas quantidades necessárias, no tempo necessário. Complementando o Just In Time tem o objetivo de dispor da peça necessária, na quantidade necessária e no momento necessário, pois para lucrar necessita-se dispor do inventário para satisfazer as demandas imediatas da linha de produção. Assim, nada deve ser produzido, transportado ou comprado antes da hora exata, a fim de reduzir estoques e os custos decorrentes. Com este sistema, o produto ou matéria prima chega ao local de utilização somente no momento exato em que for necessário. Os produtos somente são fabricados ou entregues a tempo de serem vendidos ou montados. Fornecer o produto ou material instantaneamente, na quantidade estritamente necessária ao cliente (externo ou interno); entregar, sempre, produto ou material com a qualidade esperada pelo cliente (externo ou interno); trabalhar sem qualquer tipo de "desperdício" de recursos produtivos; trabalhar de forma compartilhada, em grupo, com o efetivo envolvimento de todas as pessoas nas tarefas de produção; e promover continuamente o aprimoramento da execução do trabalho, ciente de que sempre há espaço para melhorias.

Nas fábricas onde está implementado, o estoque de matérias primas é mínimo e suficiente para poucas horas de produção. Para que isto seja possível, os fornecedores devem ser treinados, capacitados e conectados para que possam fazer entregas de pequenos lotes na frequência desejada. A redução do número de fornecedores para o mínimo possível é um dos fatores que mais contribui para alcançar os potenciais benefícios da política Just in time.

Portanto, para a realização de todas estas intenções, não basta aplicar uma simples ferramenta gerencial de trabalho. O Just in time é apoiado em algo muito mais amplo: um conjunto de princípios, que chamamos de "filosofia" do trabalho Just in time. O conceito desse sistema está relacionado ao de produção por demanda, onde primeiramente vende-se o produto para depois comprar a matéria prima e posteriormente fabricá-lo ou montá-lo.

As modernas montadoras de automóveis, como a Ford, são construídas em condomínios industriais, onde os fornecedores Just in time estão a poucos metros e fazem entregas de pequenos lotes na mesma frequência da produção da montadora, criando um fluxo contínuo. O sistema de produção adapta-se mais facilmente às montadoras de produtos onde a demanda de peças é relativamente previsível e constante, sem grandes oscilações. Uma das ferramentas que contribui para um melhor funcionamento do sistema Just in Time é o Kanban.

A organização ao render-se à Produção Enxuta, como é o caso da Ford, quebra o paradigma da produção em massa, pois passa a operar a partir do chamado sistema puxado, ou seja, deixa muitas vezes de utilizar a capacidade máxima de sua planta e começa a produzir em concordância com a demanda do mercado. Logo, a frase “Máquina parada é prejuízo”, a partir da filosofia da Produção Enxuta, passa a ser repensada no sentido de que esta é uma filosofia tende à produção sem desperdício em termos de tempo, trabalho em processo e rejeitos - em todas as áreas, ao longo da cadeia que cria valores. Independentemente se é sobre um conceito de logística para toda a produção ou a otimização de uma área de trabalho definida, porque o desperdício ocorre em todas as etapas do processo. Através de uma implementação consistente do conceito de Produção Enxuta, esse potencial pode ser identificado e desenvolvido para a melhora da eficiência. O resultado é uma redução de custos e uma melhoria da eficiência da produção, conjuntamente com aumento da qualidade.

5.6 Controles de variabilidade de processos

Não se aplica. Como a Ford já possui uma quantidade pré-estipulada de carros a serem produzidos num determinado espaço de tempo, fica mais fácil realizar a gestão e planejamento da demanda por estes materiais, que no caso, são realizados pelas próprias empresas fornecedores.

6.0 INOVAÇÕES E MELHORIAS DO SISTEMA PRODUTIVO

O Complexo For de Camaçari, conforme informado anteriormente, é reconhecido pela avançada tecnologia industrial que possui instalada na sua planta. Seguem algumas iniciativas:

         Avançada tecnologia industrial
         Adequação às normas de qualidade ISO 9000
         Sistema de condomínio integrando os fornecedores
         FPS “Ford Production System” em todo o complexo
         Padronização dos sistemas de produção com os parceiros
         Adoção de princípios comuns de recursos humanos, conceitos de qualidade e meio ambiente.

6.1 As ferramentas da Qualidade Total aplicadas à empresa

A busca de novas soluções e aprimoramento dos processos, visando à melhoria dos padrões de qualidade e a satisfação dos clientes fez nascer o Serviço Total Ford desenvolvido no Brasil com base no conceito Distribuidor 2000 da Ford Alemã, aplicado em vários mercados e implantado como programa piloto em quatro Distribuidores brasileiros em 1997.
Conceito Básico – Foco no Cliente - Tal programa, que em sua essência, busca atender as crescentes necessidades dos clientes, alinha-se com a estratégia global adotada pela Ford que consiste em: “Atingir a liderança na qualidade dos produtos e na dedicação ao Cliente”.

6.2 A confiabilidade do sistema produtivo e os programas de manutenção

Além da própria qualidade do veículo produzido, os serviço tem um papel decisivo para a satisfação e fidelidade dos clientes à marca e a conseqüente rentabilidade do negócio. Esta importância comprova-se pelos seguintes fatos:

1 - Os clientes compram, em média, um carro novo a cada três anos e meio. Contudo, o carro é levado a revisões de seis em seis meses. Desta forma, a cada contato de Venda, correspondem cinco contatos de Serviço com o cliente, sendo, por conseguinte, o Departamento de Serviço que determina a opinião do cliente sobre o Distribuidor. Esta opinião afeta também o seu grau de satisfação e, em longo prazo, as suas intenções de compra.

2 - Um Departamento de Serviço bem gerido contribui de forma significativa para o rendimento do Distribuidor. Em comparação com os flutuantes resultados do Departamento de Vendas, os da Pós-Venda são bem mais previsíveis. A condição principal para o sucesso do programa será a crença e o envolvimento dos principais dirigentes da empresa, cujas atitudes deverão dar sinais evidentes do interesse pela qualidade da prestação de “Serviço” como fator de competitividade e sobrevivência. (MANUAL FORD, 2008).

Sistema Serviço Total Ford (STF) marca com ênfase a grande virtude que é, sem dúvida, o de resgatar junto aos clientes os valores éticos na prestação de serviços, em detrimento com a atual conjuntura social e política de nosso país. (MANUAL FORD, 2008).

O programa "Serviço Total Ford" proporciona às Oficinas da rede de Distribuidores, dentre outras, as seguintes vantagens: aumento do nível de satisfação, lealdade do cliente e melhor qualidade do serviço; aumento das vendas de mão-de-obra, peças e acessórios; aumento da produtividade e da eficiência da oficina; redução do retorno de serviço. Através do Serviço Total Ford será possível proporcionar aos Clientes soluções simples que permitam: efetuar o agendamento do atendimento, segundo sua conveniência; participar do processo de diagnóstico; evitar esperas tanto na chegada quanto na retirada do veículo; ter conhecimento prévio do preço do reparo; ter o veículo reparado corretamente na 1ª vez; receber o veículo pronto no prazo combinado. (MANUAL FORD, 2008).
Certificações e Prêmios Ford Camaçari

ISO 9001
Sistema da Qualidade certificado conforme a ISO 9001.

ISO 14001
Sistema de Gestão Ambiental certificado conforme a ISO 14001.

OHSAS 18001
Sistema de Gestão da Saúde e Segurança no Trabalho.

Responsabilidade Social Ford Camaçari

Ø  Criação do Centro Tecnológico Henry Ford, Novembro/2000

Ø  Treinamento de 900 horas por empregado:

ü  450h no SENAI / SETRAS (candidato)
ü  450h na Ford (empregado)

Ø  A presença da Ford ensejou a instalação de 2 novas escolas, em operação a partir de 2002:

ü Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães em Camaçari
  (Ensino do 2º grau)

ü Escola Técnica de Camaçari
  (Ensino técnico do 2º grau e cursos de curta duração

6.3 Reduções de impactos ambientais

A FORD tem preocupação ecológica. O sistema de tratamento de esgoto é feito por um método que utiliza a filtragem mecânica e biológica de água no solo e em tanques com o 4  plantio de arroz. No fim do processo, a água sai purificada, podendo ser reutilizada na irrigação de jardins. A implantação dessa técnica custou 200.000 reais. O tratamento tradicional não sairia por menos de 3 milhões de reais. O sistema é simples, mas resolve o problema dos resíduos produzidos por um complexo de quase 5 milhões de metros quadrados de área, equivalente a cinco autódromos do tamanho do de Interlagos. Andando pelo terreno, é possível ver também as primeiras mudas de um projeto de reflorestamento com o plantio de espécies nativas da Mata Atlântica.

Responsabilidade Ambiental Ford Camaçari

ü  Todas as fábricas da Ford no Brasil e no mundo são certificadas pela ISO 14001;
ü  Aplicação de inúmeras ações ambientais de conforto, segurança, paisagismo, florestamento, tratamento de resíduos e efluentes;
ü  Utilização de veículos industriais movidos a gás, ou energia elétrica, nas áreas de produção;
ü  Prédios administrativos eco-eficientes, com luz e ventilação natural;
ü  Plantio e regeneração de 4.6 milhões m² da Floresta Atlântica ao redor do Complexo e 2.4 milhões m²  no interior do mesmo;
ü  Coleta seletiva de metais, vidros, plásticos, papeis e materiais diversos para reciclagem;
ü  Compostagem do lixo orgânico e reutilização para regeneração do solo;
ü  Tratamento térmico dos gases emitidos na pintura através do processo de Termo-Oxidação Regenerativa.

Tratamento de resíduos e efluentes gerados na planta

A 1ª indústria automobilística no Brasil a ter um sistema de tratamento de despejos sanitários baseado na técnica de solos filtrantes – wetlands-  utilizando a cultura do arroz como meio purificador dos efluentes, e reutilizando a água tratada para irrigação das vegetações internas.

Seguem algumas outras iniciativas para dirimir os impactos ambientais implementadas pela Ford:

·   Redução do consumo de óleo:
o Avaliar as máquinas com maior consumo de óleo;
o Encontrar formas de reciclagem de óleo misturado com lascas de metais;
o Separar o óleo solúvel de óleo hidráulico;
o Desenvolver indicadores diários e gráficos semanais para acompanhar o progresso de redução de consumo.

·   Participação em iniciativas ambientais
o Chicago Climate Exchange (CCX);
o The Climate Registry (TCR);
o Programa GEE;
o EU Emissions;
o Trading Scheme (EU ETS);
o CFMA Chongqing – China;
o Entre outros.

·   Redução da eletricidade
o Reduzir as lâmpadas em áreas de processo, escritórios e em áreas não utilizadas, desligar as luzes e equipamentos de escritórios durante os intervalos,
o Substituir os gases refrigerantes do ar condicionado para aumentar a eficiência de energia e reduzir o impacto na camada de ozônio,
o Desligar compressores durante os finais de semana e consertar os vazamentos de ar.
o Reduzir o uso de GN incluem: atraso na partida das estufas de pintura e desligamento antecipado para maximizar a eficiência da estufa.

·   Reaproveitamento de óleo por aditivação
o As análises preditivas em lubrificantes vêm sendo fortemente aplicadas na Ford como uma eficiente forma de redução de consumo nas trocas de óleo periódicas. Esta técnica permite controlar e monitorar, através das características físico-químicas dos óleos, suas condições de uso nos equipamentos, bem como por meio de espectrometria e ferrografia, o nível de aditivação, desgastes e contaminações, permitindo assim seu reaproveitamento/prolongamento por meio de execução de Filtragens e Aditivações.

·   Destinação adequada de resíduos
o As folhas secas e aparas de jardinagem foram enviadas para o processo de compostagem.
o O envio de papel toalha usado proveniente dos banheiros administrativos para reciclagem, além do envio de discos de lixa para o processo de co-processamento

·   Destinação adequada de resíduos
o As folhas secas e aparas de jardinagem foram enviadas para o processo de compostagem.
o O envio de papel toalha usado proveniente dos banheiros administrativos para reciclagem, além do envio de discos de lixa para o processo de co-processamento.

·   Reciclagem
o Todo o óleo usado nos restaurantes das fábricas é enviado para organizações não governamentais que o utilizam na produção de sabão e, em troca, são fornecidos materiais de limpeza para serem doados às entidades assistenciais.

·   Redução do consumo de água

o Este nível é considerado bom, porém com as novas tecnologias e equipamentos mais eficientes que foram adotados pela Ford, e a continuidade da estratégia com base na educação e conscientização permanente de seus empregados sobre a necessidade de racionar o uso de água, a Ford tentará obter um consumo ainda menor.

·   Uso de materiais alternativos nos veículos
o   A Ford utiliza materiais reciclados ou naturais em seus veículos. Dois
o   exemplos marcantes são o reúso de garrafas PET em forros e carpetes no Ka
o   e Fiesta RoCam e a fibra de sisal nos painéis dos caminhões Cargo.
o   a Ford da América do Sul hoje utiliza em todos os carros produzidos localmente de 5 a 7 kg de PET reciclado na forma de carpetes, forro de teto, caixas de roda e mantas de forração acústica.
o   Os painéis dos novos caminhões Cargo são feitos com fibra natural de sisal.

·   Calendário Ambiental
o   Programa de Educação Ambiental e Comunicação Social;
o   Dia Mundial da água (22 de março);
o   Semana do Meio Ambiente (02 A 06 de junho);
o   Dia da Árvore (21 de setembro);
o   Prêmio Ford de Conservação Ambiental;
o   Entre outros


7.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Vive-se uma época em que os clientes exigem cada vez mais produtos e serviços personalizados e as empresas disputam cada vez mais novos consumidores, agregando valores para conquistar e fidelizar clientes antigos, quer dizer, obter e manter estes da melhor maneira possível. Assim, programas que visam atingir simultaneamente estes dois aspectos acabam gerando grande vantagem competitiva.

Em uma sociedade onde os consumidores estão cada vez mais exigindo qualidade nos produtos e nos serviços, adequando-os às suas necessidades e desejos, há uma crescente preocupação nas empresas não só em manter, mas em incrementar seu desempenho no que diz respeito à qualidade e produtividade, bem como redução dos impactos ambientais. Isto faz com que haja uma preocupação com maior intensidade no modo de atender a essas exigências que emanam dos clientes, flexibilizando sua oferta e procurando eliminar atividades que não agregam valor aos produtos e serviços que prestam à sociedade.

De acordo com Porter (1991, p.74) “as empresas precisam melhorar a forma de atendimento”. Uma empresa se torna competitiva quando diferencia seus preços ou apresenta significativas melhorias nos seus produtos e serviços em torno de determinado público-alvo do segmento de mercado que irá atuar. Faz-se necessário o reconhecimento de que o valor do cliente é maior do que o valor de sua compra, bem como a percepção do consumidor no que concerne a inovação, o que lhe dará a certeza do seu retorno ao longo do tempo, e que, por outro lado, a aquisição do cliente é bem mais cara do que a sua manutenção, voltando, assim, a fidelidade a ser um requisito de grande relevância.

As empresas devem agregar valores a todos os aspectos dos seus processos, Sobretudo no que concerne a inovação e tecnologia do Sistema Produtivo Industrial frente ao cliente, o preço deixa de ser a principal consideração, tornando-se mais um item de uma proposta de valor muito mais abrangente, o que faz com que a concorrência tenha mais dificuldade de atingir esse cliente, que se torna mais tolerante e que passa a manter um relacionamento contínuo com a empresa.

Uma das principais dificuldades que surgem na adoção das teorias dos sistemas de administração da produção consiste no tempo de transporte do produto entre fornecedor e cliente. Uma grande distância entre os dois pode inviabilizar totalmente o fornecimento do produto dentro do tempo necessário para que ele seja utilizado na linha de montagem. Este fato tem levado muitas empresas de autopeças a se transferirem para perto das montadoras. Muitas delas chegam até a se instalar dentro da área ocupada pela indústria automobilística.

Assim sendo, o foco das empresas deve ser a construção de relacionamentos sólidos com seus stakeholders, tendo como compromisso o incentivo ao trabalho em grupo e ao esforço da equipe. O serviço a ser prestado ao cliente tem que ter o envolvimento de todos os setores da empresa no sentido de solucionar problemas de clientes. O comprometimento deve ser de todos e o padrão de atendimento dos produtos e serviços deve ser unificado e, principalmente, em consonância com a tecnologia e inovação do seu setor no que diz respeito ao seu Sistema Produtivo Industrial.

REFERÊNCIAS

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