Fernando Augusto Almeida Neves

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sexta-feira, 26 de julho de 2013

Os americanos tentam reviver o Made in USA, longe da China

Os salários dos chineses estão mais altos e o preço da energia nos Estados Unidos mais baixo. Será a volta do Made in USA?


Nova York - Como ocorre todo mês de junho, a Apple realizou neste ano mais uma edição de sua conferência para desenvolvedores de software. O presidente da empresa, Tim Cook, abriu os trabalhos com uma apresentação na qual mostrou a nova versão do sistema iOS. O sistema nervoso de iPhones e iPads já proporcionou mais de 10 bilhões de dólares em receitas aos criadores de aplicativos.

A explicação para esse número é o sucesso desenfreado da Apple — desde o lançamento do primeiro iPhone, há seis anos, já foram vendidos mais de 600 milhões de aparelhos com o sistema iOS. Em meio às evoluções técnicas dos programas mostrados pelos executivos da empresa, porém, ouviram-se quatro palavrinhas surpreendentes: “Montado nos Estados Unidos”.

O novo modelo do Mac Pro, computador dedicado aos profissionais que precisam de máquinas de altíssima performance, será produzido em solo americano. A notícia recebeu uma das maiores ovações do dia.

O público que presenciou o anúncio da Apple, formado em sua maioria por empreendedores digitais, não perdeu nem corre o risco de perder o emprego para competidores chineses. Pelo contrário: iPhones e iPads continuarão a ser fabricados em sua grande maioria naChina, pela Foxconn, e, quanto mais unidades puderem ser produzidas a um baixo custo, melhor para quem vive de criar aplicativos.

Mas o anúncio do mês passado, especialmente por ter vindo da Apple, é um indício significativo de uma tendência que parece estar ganhando força pelo mundo: depois de uma migração em massa para a China, muitasindústrias estão considerando fazer o caminho de volta.

De acordo com um levantamento da consultoria Boston Consulting Group divulgado no ano passado, um terço das empresas americanas com faturamento superior a 1 bilhão de dólares tinha planos para trazer a produção de volta para casa. Isso representaria entre 2 milhões e 3 milhões de novos (ou velhos) empregos para os americanos. 

Os exemplos ainda são pontuais. A empresa ET Water Systems, que produz sistemas de irrigação de grande porte, decidiu trazer de volta da China sua operação de manufatura. “Colocando no papel os custos de logística, tanto dos produtos como do pessoal, que tinha de ir e vir, concluímos que valeria mais a pena estar na Califórnia”, diz Pat McIntyre, presidente da empresa.

Ter as fábricas mais perto da sede também ajudou no controle de qualidade, um dos problemas enfrentados quando a produção acontecia do outro lado do planeta. Além de startups como a ET Water Systems, empresa que tem apenas 11 anos de vida, outros nomes mais conhecidos tomaram decisões semelhantes.

Talvez nenhum carregue mais peso do que a GE. “A manufatura está mais competitiva nos Estados Unidos hoje? A resposta é sim”, disse recentemente o CEO da GE, Jeff Immelt.

http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/104402/noticias/a-nova-migracao-da-industria?utm_source=newsletter&utm_medium=e-mail&utm_campaign=news-diaria.html

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