O crescimento econômico das cidades pequenas tem sido maior que o das cidades de porte médio, assim como as cidades médias têm apresentado um ritmo mais acelerado que as grandes. Esse crescimento mais acentuado em localidades mais pobres e que, por isso, contam com uma infraestrutura mais precária é um desafio a ser superado. Essa e outras questões que precisam de reflexão para que sejam encontradas as soluções mais adequadas foram apontadas pelo secretário do Planejamento da Bahia, José Sergio Gabrielli, que, representando o governador Jaques Wagner, participou, nesta quinta (18), da abertura do XXVII Encontro de Entidades de Economistas do Nordeste (ENE), realizado no auditório da Federação das Indústrias da Bahia (Fieb).
Encontro de Economia
Com o tema “Região Nordeste: expoente do crescimento econômico”, o evento foi promovido pelo Conselho Regional de Economia da Bahia (Corecon-Bahia) e teve o apoio da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à secretaria do Planejamento (Seplan), bem do Desembahia, Bahiagás e da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR).
Entre os temas abordados nesta edição do encontro estão o panorama da indústria, do turismo, do agronegócio, do empreendedorismo e a captação de recursos para financiamento dessas áreas na região Nordeste do Brasil. “O Brasil é um país complexo, mas a capacidade de desenvolvimento do Nordeste é ilimitada, apesar de problemas como a seca e as diferenças sociais. Precisamos pensar nas possibilidades de abertura de oportunidades para o Nordeste”, pregou Marcelo José dos Santos, presidente do Corecon-Bahia.
A ênfase na necessidade de adoção de medidas para superação dos entraves também foi dada pelo vice-presidente da Fieb, Reinaldo Sampaio. “É preciso um exercício de reflexão permanente para romper com o atraso secular e injustificável do Nordeste’, disse ele. “Essas discussões devem servir como base para uma produção teórica voltada para a retomada do crescimento, não só do Nordeste, mas do Brasil”, acrescentou Luiz Alberto de Souza Aranha Machado, vice-presidente do Conselho Federal de Economia.
Em sua fala, José Sergio Gabrielli fez um retrospecto histórico, resgatando os pensamentos econômicos de Celso Furtado e Rômulo Almeida. Ele destacou ainda os ciclos de crescimento de 40 anos vividos pelo Brasil e pelo Nordeste. Entre 1910 1 1950, por exemplo, a atividade exportadora foi alavancada pelos bens agrícolas, com base no fumo e do açúcar, no caso da Bahia. Na década de 50 também foram criadas a Eletrobras, Petrobras, BNDES, Sudene e Banco do Nordeste do Brasil (BNB).
Entre as décadas de 1950 e 1990, houve uma fase de transição, notadamente com a ampliação da capacidade de produção e do mercado internacional. Neste século XXI, destacou Gabrielli, houve um retorno, com a busca de mecanismo endógenos para o desenvolvimento ser sustentável. Nesse novo cenário, diz, os desafios estão em como expandir rodovias, ferrovias, hidrovias, aeroportos, universidades, escolas técnicas, capacidade de armazenamento, uso de novas tecnologias, entre outros.
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