Saiba mais sobre o Chief Process Officer, seu papel dentro das empresas e o futuro deste novo profissional
Atualmente algumas empresas estão
passando por um momento em que percebem a necessidade de ter um
profissional capaz de dar a atenção merecida para o desenvolvimento dos
processos corporativos. Isso vem acontecendo por conta da demanda e
postura exigidas a essas empresas pelo cenário mercadológico atual que
propõe a utilização de ferramentas BPM de gestão como meio facilitador e
de credibilidade para atender essas demandas e exigências. E na medida
em que a gestão dos processos começa a se tornar mais complexa, a
solução é apostar no trabalho do Chief Process Officer, o CPO, um
profissional que será responsável pelo Escritório de Processos (Business Process Management Office, BPMO) e pelo direcionamento organizacional da empresa. Segundo Rui Lima Godinho,
Coordenador de Projetos e Processos na BT Call Center, o CPO deve ter
um perfil formado por algumas características que podem ser consideradas
indispensáveis para a sua atuação. São elas:
- Vasta experiência com processos;
- Conhecimento sobre a cadeia de valores da empresa;
- Visão holística;
- Capacidade analítica;
- Excelente capacidade de comunicação;
- Excelente capacidade de negociação.
Essas características serão, sem dúvida,
determinantes para o desempenho de suas atribuições, envolvendo-o de
forma que trabalhe proativamente para garantir a melhoria contínua do trabalho executado.
“Enquanto responsável por um escritório de processos, a figura do CPO
deve ser responsável por garantir a aderência aos processos de negócio,
promover discussão com visão em otimização processual através de
workshops e oficinas de mapeamento seguindo metodologia BPM. É também
responsável por liderar toda uma equipe de processos que irão analisar
constantemente gargalos e pontos de melhoria dos processos-chave da
empresa”, explica o coordenador de projetos.
Além disso, de acordo com Rui, este
profissional precisa estar intimamente envolvido em reuniões que
discutam questões orçamentárias, de kick-off de projetos e operacionais,
sendo responsável por submeter à alta gerência e demais áreas da
empresa relatórios e levantamento de indicadores, indicando não
conformidades nos processos, riscos ou oportunidades de alavancar o
negócio, por meio de alterações nos procedimentos realizados por sua
equipe diariamente. “Exige-se a este ator uma ampla ou total visão do
processo de negócio, transformando-o numa peça chave para o correto
funcionamento da empresa”, comenta.
Alguns empresários e gestores se
perguntam sobre o melhor momento para instituir o cargo de CPO em sua
empresa e se existe algum tipo de estratégia que possa ser trabalhada
para que isso seja feito. Para Rui, é a maturidade da empresa em relação
aos processos que irá determinar a necessidade do CPO. “Na minha visão a
figura do CPO deve ser instituída a partir do momento que a empresa
ganha a consciência e aposta no valor da implantação de uma metodologia
de gerenciamento de processos de negócio. Podemos considerar um marco no
tempo em que a empresa esteja num nível 0 ou 1 de maturidade em BPM.
Vale ressaltar ainda que esta decisão deve ser apoiada ao mais alto
nível gerencial, pois a implantação de um BPMO, com uma equipe especializada (CPO, analistas,
etc.), metodologia formalmente instaurada e softwares que suportem esta
operação não é algo fácil ou barato, no entanto deve ser encarado como
um investimento e não como um custo", alerta Rui.
Quanto à estratégia para a instituição
do CPO, Rui destaca que devem ser fortemente consideradas as
características e o perfil necessários e o conhecimento aprofundado a
cerca dos processos. Assim será possível observar junto ao RH se a
empresa dispõe de um profissional que atenda a esses requisitos e, caso
não seja possível uma seleção interna, aí sim deve ser aberta a
oportunidade para o mercado de trabalho externo.
Algumas empresas apostam ainda na
capacitação e amadurecimento de um profissional já envolvido com os
processos da empresa que é o Chief Information Officer, CIO, para a
ocupação do cargo. “Uma vez que o CIO já tem uma visão estratégica da
empresa e no seu dia-a-dia já lida de maneira informal (sem seguir uma
metodologia de BPM) com definição e direcionamentos de processos da
empresa, existe esta facilidade de migração para um BPMO”, completa Rui.
O coordenador de projetos e processos
ressalta que a instituição do cargo de CPO não é só uma tendência. “A
instituição do CPO já é uma realidade com a qual as empresas lidam no
seu dia-a-dia com alta pressão para cumprimento de demandas, orçamentos
escassos e falta de recursos humanos especializados trabalhando nas suas
diversas áreas. Com isto diversas empresas adotam e olham fortemente
para o BPM como uma saída com o mapeamento, análise, otimização e
automatização de processos através de softwares (BPMS – Business Process Management Software)
e equipes especializadas nestas atividades (BPMO informal). Assim
sendo, estas movimentações pedem que exista a figura do CPO”,
acrescenta.
No Brasil a figura do CPO ainda não é
muito difundida, mas existe informalmente e vem aos poucos mostrando seu
valor e os benefícios que agrega aos negócios das empresas. “As
empresas de grande porte já reconhecem o valor e usam esta figura, no
entanto acredito que é um mercado de trabalho com inúmeras
oportunidades, pois não só as grandes empresas já começam a enxergar a
necessidade deste executivo e de liderá-los para o futuro”, finaliza
Rui.
Coordenador de Projetos e Processos na
BT Call Center, Rui é Bacharel em Informática pelo Instituto Superior
de Tecnologias Avançadas (ISTEC) em Lisboa, Portugal; pós-graduado em
Gestão de Projetos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná
(PUC-PR), foi analista de Processos de Negócio e membro da Coordenação de Arquitetura e Processos do ICI (Instituto Curitiba de Informática).
http://www.supravizio.com/Noticias/ArtMID/619/ArticleID/56/Quem-sera-novo-executivo-processos-chief-process-officer.aspx
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