Especialistas de 17 países discutem educação a distância

 

No lugar do lápis com a ponta perfeitamente amolada, quadro de giz e caderno de exercícios, o cenário da educação cada vez mais ganha novos artefatos e estratégias que envolvem a tecnologia a serviço do aprendizado. Esta quebra de paradigma permite o avanço do que muitos consideram como essencial para promoção do ensino para todos: a Educação a Distância, ou EAD, debatida por especialistas de todo mundo durante o 19º Congresso Internacional ABED de Educação a Distância, realizado de 9 a 12 de setembro, no Centro de Convenções da Bahia.

Quase dois mil participantes de 26 estados brasileiros e 17 países, além de 60 expositores, promovem uma troca de experiências envolvendo pesquisas e estudos de caso com realidade virtual, realidade aumentada, jogos, e-learning e uma série de outras possibilidades para favorecer o aprendizado a distância. “Não há linha pedagógica fechada para EAD. O esforço é para promover um ensino de qualidade, independente e continuado”, defendeu o presidente da Associação Brasileira de Ensino a Distância, professor Fedric Litto. O reitor da Universidade Federal do Recôncavo, Paulo Gabriel Nacif, lembrou que o ideal é que a educação se dê em todos os espaços. “Não há como levar formação como entendemos da forma tradicional a todos os municípios com a mesma qualidade. É essencial criar um ambiente educativo amplo, e a EAD proporciona isso”, reconheceu.

Na cerimônia de abertura, representantes de instituições de ensino, SENAC, SENAI, Senado Federal, Câmara de Deputados, Ministério da Educação, Secretarias Estadual e Municipal da Educação, e Instituto Anísio Teixeira reforçaram a necessidade de compreender a EAD como estratégia essencial para promoção da educação e consequente desenvolvimento da sociedade. Para isto, porém, há questões relacionadas à infraestrutura de tecnologia que também foram levantadas na abertura do congresso. O senador Walter Pinheiro (PT-BA) destacou a importância do país em ampliar o acesso à internet e banda larga para maior capacidade de expansão do ensino à distância. "Esta expansão é fundamental inclusive como um insumo básico, sendo decisiva para a atração de novas indústrias, que precisam de trabalhadores capacitados para operar equipamentos cada vez mais modernos", defendeu. O senador lembrou, inclusive, dos projetos desenvolvidos pela FIEB, através do SESI e SENAI, na capacitação profissional e elogiou os cursos técnicos à distância como forma de elevar a qualidade da força de trabalho na Bahia.

A representante do Departamento Nacional do SENAI, Paula Martini, reforçou a importância dos projetos de EAD para o desenvolvimento da indústria nacional, formando e capacitando profissionais através de cursos técnicos, de pós-graduação, qualificação, educação básica e continuada. “EAD é um meio privilegiado para aumentar qualidade de trabalho em regiões onde a indústria avança e nem sempre há centros presenciais de formação”, explicou. Para o gerente da área de Inovação e Tecnologias Educacionais do SENAI-BA, Ricardo Lima, é preciso compreender que o perfil do estudante mudou e, por isso, há uma demanda por modelos educacionais diferentes, que favoreçam o interesse e a apreensão de conteúdo por parte deste novo aluno. Um dos keynote speakers do evento, Lima demonstrou em sua apresentação como a promoção da educação com inovação pode contribuir para ampliação de competitividade. “Ao desenvolver estratégias educacionais que incluam interação e colaboração, a educação se torna mais atraente, o que favorece e evasão menor, absorção de conteúdo maior e desenvolvimento de soft skills, que significam habilidades para interagir no mundo virtual, já que preparamos alunos para participar de projetos globais, por exemplo”, detalhou.

Durante a apresentação “Inovar para Educar”, o representante do SENAI-BA ainda mostrou como a instituição desenvolveu projetos vitoriosos de EAD para alunos cegos e surdos, e demonstrou que a utilização da cultura de gaming no processo educativo pode ampliar o interesse dos alunos pelo estudo. Através da Gincana EBEP, desenvolvida pela instituição, houve incremento de 35% na avaliação diagnóstica dos estudantes participantes do projeto. No stand do SENAI e SESI, montado no 4º andar do Centro de Convenções, os visitantes podem experimentar os jogos desta gincana, além de outros projetos de EAD das duas unidades, relacionados a processos de aprendizado básico, como SESI Matemática e Alfabetização Solidária, além do uso de realidade virtual para qualificação profissional.

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