Fernando Augusto Almeida Neves

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quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

A gestão integrada da inovação

 
Saber diferenciar etapas e atuar com visão macro são chaves para sucesso no processo inovativo.

Gestão tecnológica, de P&D e da inovação são termos correlatos? Etapas distintas de um processo único? “A cultura de inovação ainda é recente no Brasil, por isso muitas empresas ainda têm dúvidas nessa conceituação”, afirma Lívia Fioravanti, coordenadora de projetos da Inventta e que possui especialização em gestão da inovação na Alemanha.

Gestão Tecnológica

No início da cadeia de inovação, é fundamental traçar uma estratégia tecnológica que será assumida pela corporação, levando em conta, primordialmente, seus próprios objetivos empresariais.

A estratégia tecnológica irá descrever como a empresa deve trabalhar as questões que envolvem tecnologias para obter vantagens competitivas. Já a gestão tecnológica é o processo de integração da ciência, engenharia e estratégia com pesquisa, desenvolvimento e produção, buscando atingir os objetivos de negócio da empresa de forma eficaz, eficiente e econômica.  “É com essa definição em mente que a empresa partirá em busca de novos processos e produtos”, explica Lívia.
Para isso, algumas atividades devem ser consideradas:
  • Busca (através de constante monitoramento) por tecnologias relevantes para a empresa e o seu negócio;
  • Classificação e avaliação das tecnologias pertinentes, de acordo com sua importância estratégica, ciclo de vida, atratividade para o mercado (de baixo, médio e longo prazo) etc;
  • Domínio de tecnologias com alta significância estratégica;
  • Definição dos caminhos de P&D e processos inovadores: desenvolvimento interno ou aquisição de know how externo, obtenção de recursos, estabelecimentos de parcerias etc;
  • Planejamento das atividades de P&D, levando em conta as competências internas necessárias e seus objetivos estratégicos.

Gestão de P&D e Gestão da Inovação

Definido o portfolio e o planejamento de trabalho, entra em cena a Gestão de P&D. É nessa etapa que são adquiridos, armazenados e protegidos novos conhecimentos e o know how tecnológico. Ou seja, são realizadas as pesquisas, o desenvolvimento e a proteção das ideias e soluções pensadas inicialmente para se obter o novo produto ou processo. “Sobretudo nessa fase, e ao longo de todo o processo de inovação, é muito importante que a empresa desenvolva ferramentas para avaliação e controle, através de indicadores de processos e riscos. Assim, por meio de um aprendizado contínuo, é possível definir novos rumos para o projeto e evitar a recorrência de erros”, alerta Lívia.

Finalmente temos a Gestão de Inovação, que engloba, além da gestão de P&D, a implementação do novo produto ou processo na linha de produção da empresa e, posteriormente, a introdução dessa solução no mercado.

Apesar da gestão de P&D permear tanto a gestão tecnológica quanto a de inovação, um dos fatores para o sucesso do projeto é compreender bem os conceitos e definições de cada fase, com seus respectivos limites. “São etapas que se entrelaçam e fazem parte uma da outra, mas cada uma se caracteriza por atividades distintas”, conceitua Lívia.

Segundo a coordenadora de projetos da Inventta, o grande risco que as corporações correm quando não conseguem vislumbrar um panorama macro do processo inovativo é concentrar esforços em apenas um dos pontos da cadeia. “O que as empresas devem sempre ter em mente é trabalhar uma visão global. Se a companhia atua muito na ponta do processo, por exemplo, há o risco de o início não estar bem estruturado, prejudicando a obtenção dos resultados esperados”.

Gestão integrada

Para que essa gestão aconteça de forma integrada, alguns fatores podem contribuir. Montar uma equipe multidisciplinar dentro da empresa é um deles. Esse grupo, formado por profissionais de diferentes áreas e hierarquias, deve estar bem alinhado com a estratégia empresarial e tecnológica adotada pela empresa e pensar no processo de inovação como um todo.
As empresas devem trabalhar com uma visão global. Se a companhia atua muito na ponta do processo, por exemplo, há o risco de o início não estar bem estruturado, prejudicando a obtenção dos resultados esperados.”
Lívia Fioravanti, coordenadora de projetos da Inventta
Sua tarefa seria responder as perguntas relacionadas a como ser mais eficaz (O que vamos fazer? Quais tecnologias vamos adotar? Quais são as necessidades / demandas de nossos clientes? E quais são as soluções?) e a como ser mais eficiente (Como vamos fazer / desenvolver? Como vamos implementar? Temos as competência e recursos necessários? Se não, como podemos obtê-los?).

O diálogo constante com centros de pesquisa também possui papel fundamental. “As ICTs são grandes geradoras de conhecimento no país. O estabelecimento de parcerias público-privadas permite que vários processos sejam catalisados”, pontua a Lívia. Um terceiro aspecto relevante é que as empresas se abram para um modelo mais colaborativo para a geração de novas ideias, envolvendo clientes, fornecedores e parceiros (privados ou públicos) em seu processo inovativo.

 

Como funciona na sua empresa?

O sucesso da implementação de processos inovadores em uma empresa depende da integração da gestão tecnológica, de P&D e da inovação. Na sua empresa, quais são as melhores práticas utilizadas e as dificuldades encontradas para executar essa gestão?

 

http://inventta.net/radar-inovacao/noticias/gestao-integrada-inovacao/